Por que Brasil é um dos protagonistas do novo boomtop shark pokerpetróleo na América Latina:top shark poker
Quem serão os protagonistas desse novo boom? Brasil, Guiana e,top shark pokermenor escala, Argentina, três países que lideram um novo capítulo na produçãotop shark pokerpetróleo da região.
Deve ficar para trás a era dominada por nações como Venezuela, México, Equador e Colômbia que, por motivos diversos, reduzirão a ofertatop shark pokerpetróleo bruto no mercado internacional nos próximos cinco anos, segundo a AIE.
“É muito difícil para esses países reverter seu declínio”, disse à BBC News Mundo Francisco Monaldi, diretor do Programa Latino-Americanotop shark pokerEnergia do Instituto Baker Institute, na Universidade Rice (nos Estados Unidos).
Brasil: lídertop shark pokerpetróleo da região
Juntos, Guiana e Brasil serão os principais protagonistas do boom petrolífero latino-americano.
A história do Brasil está ligada às descobertas subaquáticas.
Sob três quilômetrostop shark pokerágua e mais cincotop shark pokerrocha e sal, o país extrai a fontetop shark pokercombustíveltop shark pokerum dos maiores campostop shark pokerpetróleo do mundo.
A descoberta dessas jazidas do pré-sal mudou o destino do país, fazendo com que se tornasse o maior produtortop shark pokerpetróleo da América Latinatop shark poker2017, superando o México, que na época detinha a liderança.
A Venezuela, que durante anos foi o ícone do petróleo na região, estavatop shark pokerum momentotop shark pokeruma crise tão profunda quetop shark pokerprodução havia entradotop shark pokercolapso.
Assim, nos últimos seis anos, o Brasil não paroutop shark pokeraumentartop shark pokerproduçãotop shark pokerpetróleo até atingir 2,2 milhõestop shark pokerbarristop shark poker2022, o que lhe permitiu se tornar o oitavo maior produtor do mundo.
Mas não se trata apenas da quantidadetop shark pokerbarris por dia que cada país produz. Tanto o Brasil quanto a Guiana produzem petróleo brutotop shark pokerforma mais eficiente e lucrativa que outros países.
E quanto aos efeitos poluentes desse combustível fóssil, que é uma das principais causas da crise climática que o mundo vive, os dois países emitem uma quantidade menortop shark pokerCO2 por barril produzidotop shark pokerrelação à média mundial, argumenta Monaldi.
Como muitos países se comprometeram a reduzir seu níveltop shark pokeremissões, é possível que no futuro esse tipotop shark pokeróleo tenha uma demanda maior no mercado.
Guiana, um país pobre que será rico
Com cercatop shark poker800 mil habitantes, a Guiana é um dos menores e mais pobres países da América do Sul. Ou pelo menos era assim até 2015, quando a gigante norte-americana ExxonMobil descobriu a primeiratop shark pokersuas reservas comprovadastop shark pokerpetróleo bruto, estimadastop shark pokercercatop shark poker11 bilhõestop shark pokerbarris, nas profundezas do Oceano Atlântico.
Aproveitando a forte demanda por petróleo que haverá nesta década, a produção da Guiana estátop shark pokeraceleração e acredita-se que até 2028 possa chegar a 1,2 milhãotop shark pokerbarris por dia.
Se as projeções se concretizarem, "a Guiana vai se tornar o país que mais produz barris por habitante no mundo, superando o Kuwait", explica Monaldi.
Nesse cenário, a Guiana passariatop shark pokerum país pobre a um país rico (considerando a riqueza per capita), dado o aumento espetaculartop shark pokerseu Produto Interno Bruto (PIB) — que no ano passado subiu 57,8% e este ano está previsto para 37,2 %.
Como será distribuída essa nova riqueza da Guiana? Isso é algo incerto até agora. O governo afirmou que tentará evitar os erros cometidos por outros países petrolíferos no passado, embora com tanta riqueza jorrando do fundo do mar não seja fácil controlar o destino dos recursos gerados.
Argentina
Em terceiro lugar está a Argentina, que apesartop shark pokerter uma inflação superior a 100% ao ano e uma crise crônicatop shark pokerendividamento,top shark pokerproduçãotop shark pokerpetróleo (e gás) tem crescido nos últimos anos.
No centro desse desenvolvimento está o Vaca Muerta, um gigantesco campo localizado no noroeste do país que possui a segunda maior reserva do mundotop shark pokergástop shark pokerxisto e o quarto maiortop shark pokeróleotop shark pokerxisto.
Ambos os recursos são extraídostop shark pokerformato “não convencional”, como se chama os hidrocarbonetos que devem ser extraídos da rocha geradora pela técnica do fracking (ou fratura hidráulica).
As projeções para o desenvolvimento da indústria do petróleo argentina são positivas.
A AIE espera que a produção chegue a 700 mil barris por dia este ano e algumas estimativas sugerem que pode chegar a 1 milhãotop shark pokerbarris por dia até o final desta década, segundo a consultoria Rystad Energy.
No entanto, após 2030, as projeções apontam para um declínio porque a produçãotop shark pokerpetróleo convencional deverá continuar caindo e a produçãotop shark pokerxisto não deverá ser suficiente para compensar.
Se o cenário previsto se concretizar, o grande salto do comérciotop shark pokerpetróleo duraria alguns anos, até chegar a níveis mais baixostop shark pokerprodução.
Também é preciso levartop shark pokerconta, dizem os especialistas, que a produção não convencional precisatop shark pokergrandes investimentostop shark pokerlongo prazo. Isso exige garantiatop shark pokerestabilidade nas políticas do setor, algo que na Argentina é difíciltop shark pokerprever.
Ficando pra trás
Os líderes históricos da produçãotop shark pokerpetróleo na região ficaram para trás.
No México, a produção atingiu o picotop shark poker2004 e, desde então, caiu pela metade.
Para tentar melhorar a situação, o governotop shark pokerAndrés Manuel López Obrador tentou promover o desenvolvimento da Pemex, a estatal petrolífera, mas até agora não conseguiu os resultados esperados.
Embora o governo tenha dado à empresa milhõestop shark pokerdólarestop shark pokerincentivos fiscais e outras ajudas financeiras, a Pemex não conseguiu se recuperar.
Com maistop shark pokerUS$ 100 bilhões (cercatop shark pokerR$490 bilhões)top shark pokerdívidas, a Pemex é a empresatop shark pokerpetróleo mais endividada do mundo.
"Alémtop shark pokerser uma empresa com fins comerciais, ela também opera com fins políticos", diz Diego Rivera, pesquisador associado do Centrotop shark pokerPolítica Energética Global da Universidadetop shark pokerColumbia, nos Estados Unidos. "A produção parou."
Portop shark pokervez, a PDVSA, empresa estatal venezuelana, teve uma forte queda, intimamente ligada à profunda crise econômica e política que afeta o país.
A produçãotop shark pokerpetróleo venezuelano, a maior parte pesada e densa, despencoutop shark poker3,4 milhõestop shark pokerbarris por diatop shark poker1998 para 700 mil na atualidade.
“O que está acontecendo na Venezuela é uma queda brutal que pode ser explicada por motivos que vão da negligência à corrupção”, destaca Rivera.
Enquanto isso, no caso do Equador, projeçõestop shark pokerespecialistas apontam para uma queda dos atuais 460 mil barris por dia para 370 miltop shark poker2028.
Esse declínio atingiria duramente o país porquetop shark pokereconomia depende das receitas do petróleo mais do que qualquer outro país da América Latina.
Enquanto isso, a Colômbia está se movendotop shark pokeroutra direção. O governo do presidente Gustavo Petro pretende avançar na transição energética do país, reduzindo gradativamente a produçãotop shark pokerpetróleo.
Recentemente, foram concedidas licenças para projetostop shark pokerenergia renovável na provínciatop shark pokerLa Guajira, com a expectativatop shark pokerque a energia limpa produzida por aquela região forneça toda a eletricidade que o país necessita.
A ideia é que esse tipotop shark pokerprojeto permita compensar a queda nas exportaçõestop shark pokerpetróleo sem prejudicar a economia, mas alguns especialistas estão bastante céticos sobre a possibilidade dessa meta ser alcançada nos próximos anos.
O que vai acontecer na próxima década
Por enquanto, não se sabe com que rapidez avançará a transição energética na região e até que ponto o mundo demandará petróleo a partir da próxima década.
“Mas há muitos fatores que não podem ser controlados”, alerta Rivera, como, por exemplo, a invasão da Ucrânia pela Rússia ou pandemias.
“O que temos certeza é que a transição energética será confusa, complicada e com muita volatilidade”, acrescenta.
Mas, se as projeções da AIE para 2028 forem cumpridas, faltam poucos anos para que o picotop shark pokerdemanda termine, dando lugar a um novo cenário na produção mundialtop shark pokerenergia.
Para o período 2030-2050, o destino da América Latina estará intimamente ligado ao que ocorrer com a demanda dos mercados internacionais.
Se o mundo atingir a metatop shark pokerzero emissões líquidas até 2050, "a região vai se sair muito mal", diz Monaldi.
Mas se formos ao outro extremo, ao cenário previsto pela Organização dos Países Exportadorestop shark pokerPetróleo (Opep),top shark pokerque há um platô na demandatop shark pokerveztop shark pokerqueda, "a América Latina se sairia muito bem, porque é a região com mais recursos petrolíferos do mundo, depois do Oriente Médio”, diz o especialista.