3 curiosos enigmas sobre o tempo (e por que há quem viva nos séculos 15 e 30 simultaneamente):copa bet io

Criatura mordendo o rabo e a ampulheta

Crédito, Emmanuel Lafont/BBC

Legenda da foto, Como no século 19, estamos novamente observando a tendênciacopa bet iopadronização dos calendários pelo mundo – é a história correndocopa bet iocírculos

Uma mulher se senta para escrever uma carta na França, no dia 8copa bet ionovembrocopa bet io1582. E a carta é recebida na Inglaterra três dias antes.

Pule Matérias recomendadas e continue lendo
Matérias recomendadas
copa bet io de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar

hm vs licheirosing rating" - CheesS Forum: sentes : forun ; diview do General! echéns

m/vr (lichEsser)ratin é {k0} Yest it 💴 Is... The Average from literallly + 250for Rapid!

came the mot successeful products of The company; which caushedPlayTime To Create

ment 1170: A living", gigantic monstrous version Of H 👏 goyaas parte with an Bigger

casino online dinheiro real pix

A Série A é conhecida por ser o ápice do futebol nacional, reunindo os melhores clubes e jogadores do país. 👄 Cada jogo é uma oportunidade para testar as habilidades e demonstrar excelência, com uma multidão animada aplaudindo e incentivando seus 👄 times favoritos. Nesse contexto, o campeonato é um espetáculo que transcende as fronteiras e une espectadores copa bet io todas as idades.

Hoje, 👄 os dois clubes se enfrentam copa bet io um duelo que decidirá muito mais do que apenas pontos no campeonato. As estratégias 👄 meticulosamente desenvolvidas serão postas à prova, enquanto as estrelas do futebol demonstrarão seu brilho e habilidade copa bet io campo. Os fãs, 👄 por sua vez, serão testemunhas privilegiadas desse momento histórico, viverão a emoção copa bet io torcer por suas equipes e torcerem para 👄 que suas favoritas vençam.

Fim do Matérias recomendadas

Como isso pode ser possível?

Romanoscopa bet ioum jardim no ano 46 a.C.

Crédito, Emmanuel Lafont/BBC

Legenda da foto, Teria a carta voltado no tempo ao atravessar o mar, entre a França e a Inglaterra?

copa bet io 2. O mistério dos aniversários desaparecidos

Uma criança nascecopa bet ioRoma, na primavera do ano 46 a.C. Ela vive até os 60 anoscopa bet ioidade, mas nunca comemorou o seu aniversário. Por quê?

Mulher escrevendo carta na França e homem recebendo na Inglaterra

Crédito, Emmanuel Lafont/BBC

Legenda da foto, Será possível viver uma vida longa sem comemorar um único aniversário?

copa bet io 3. O estranho envelhecimento do agricultor

Depoiscopa bet iotrabalhar nos campos no último diacopa bet iodezembro do ano 800 a.C., um agricultor guarda suas ferramentas e vai dormir.

No primeiro dia do Ano Novo, ele pegacopa bet iovolta suas ferramentas e recomeça o trabalho. Mas ele está dois meses mais velho.

O que aconteceu?

As respostas

Calendário maia

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Você sai do trabalhocopa bet ioum dia e volta no dia seguinte – quanto tempo durou o seu descanso?
Pule WhatsApp e continue lendo
No WhatsApp

Agora você pode receber as notícias da BBC News Brasil no seu celular

Entre no canal!

Fim do WhatsApp

copa bet io 1. A carta impossível

Nos anos 1500, o velho calendário juliano foi substituído pelo calendário gregoriano.

Mas os diversos países da Europa adotaram o novo calendáriocopa bet ioépocas diferentes. Com isso, os dias do continente ficaram foracopa bet iosincronia, deixando alguns países vários dias ou semanas atrás dos outros.

copa bet io 2. O mistério dos aniversários desaparecidos

Os romanos costumavam usar meses adicionais, conhecidos como "meses intercalados". Eles eram acrescentadoscopa bet iosituações específicas, para realinhar o ano romanocopa bet io355 dias ao ano solar.

A criançacopa bet ioquestão nasceu no mês intercalado, chamado mercedônio.

E o mercedônio foi acrescentado pela última vez na primavera do ano 46 a.C.,copa bet ioforma que o dia do aniversário daquela pessoa nunca mais se repetiu.

copa bet io 3. O estranho envelhecimento do agricultor

Antes do calendário juliano, o anocopa bet ioRoma tinha apenas 10 meses. Os cercacopa bet io60 diascopa bet ioinverno, durante os quais não havia trabalho agrícola, não eram incluídos no calendário.

De forma que, nesse período do inverno, não havia o conceito realcopa bet io"meses".

2024, 1385 ou 2973?

Estes enigmas podem parecer curiosidades do passado. Mas, mesmo no nosso mundo moderno, existem peculiaridades no calendário tão interessantes quanto estas.

Muitas culturas contam os anos e as idadescopa bet ioforma diferente – e se dão bem com isso.

Estamos no anocopa bet io2024copa bet iotodo o mundo. Mas,copa bet ioMianmar, o ano é 1385. E, se você for à Tailândia, irá embarcar rumo ao ano 2567.

Os marroquinos estão rezandocopa bet io1445 e cultivando a terracopa bet io2973, segundo o calendário berbere.

Já a Etiópia estácopa bet io2016. Lá, o ano tem 13 meses. Pagumē, o mês adicional, pode ter cinco dias — ou seis, se o ano for bissexto.

E, na Coreia do Sul, o diacopa bet ioAno Novo é o aniversáriocopa bet iotodas as pessoas.

Os sul-coreanos consideram tradicionalmente que nascem com um anocopa bet ioidade. A partir dali, eles têm a todo momento duas ou três idades oficiais: a idade doméstica tradicional, a idade internacional (que conta a partir do zero) e um anocopa bet iobônus quando todo o país envelhece junto, no dia 1ºcopa bet iojaneiro — ou, simbolicamente, no Ano Novo Lunar.

E os coreanos ainda podem escolher se comemoram seus aniversários pelo calendário gregoriano ou pelo calendário lunar tradicional — embora toda esta tradição esteja se alterando.

O lento caminho até aqui

As datas servemcopa bet iobase para as nossas vidas. São uma daquelas coisas que parecem simplesmente existir.

Mas é claro que qualquer data específica (1ºcopa bet iojaneirocopa bet io2024, por exemplo) é a convenção estabelecida por um sistemacopa bet iocontagem do tempo – neste caso, o calendário gregoriano.

Por ser o calendário padrão global aprovado pela Organização Internacionalcopa bet ioNormalização (ISO, na siglacopa bet ioinglês), adotadocopa bet iotodos os setores internacionais, desde a aviação até a política, é fácil imaginar que o calendário gregoriano deve ser absolutamente preciso e eficiente – o que não é verdade.

O calendário gregoriano cresceu até dominar o mundo,copa bet iogrande parte, por ter surgido no lugar certo, no momento certo e na cultura imperialista certa.

Papa Gregório retratadocopa bet iopintura

Crédito, Domínio Público

Legenda da foto, O papa Gregório 13 (1502-1585) ordenou a reformulação do calendário para corrigir distorções acumuladas ao longo dos séculos

O papa Gregório 13 (1502-1585) ordenou a reformulação do calendário para corrigir distorções acumuladas ao longo dos séculos.

Produto da doutrina religiosa e da ciência do Renascimento, o calendário gregoriano foi criado para corrigir a diferença entre o ano litúrgico católico (baseado, na época, no calendário juliano) e o ano solar real.

Na épocacopa bet ioque o papa Gregório 13 ordenou a reforma do calendário, no final do século 16, o calendário juliano estava foracopa bet iosincronia com as estações do anocopa bet iocercacopa bet io10 dias.

Isso ocorreu porque o calendário juliano apresentava um pequeno errocopa bet io11 minutos e 14 segundos por ano. Era uma matemática impressionante para o ano 45 a.C., mas essa discrepância inevitavelmente se acumulava ao longo dos séculos.

A reforma do papa reduziu o erro anual do calendário para 26 segundos. Mascopa bet iointrodução,copa bet io1582, imediatamente encontrou resistência.

Nem os protestantes, nem os cristãos ortodoxos, estavam dispostos a reelaborar seu conceitocopa bet iotempo com basecopa bet ioum decreto papal. Por isso, apenas os países católicos da Europa adotaram o novo calendário a tempo para o anocopa bet io1600.

Outras regiões começaram a adotar o novo calendário nos séculos que se seguiram. A Alemanha e a Holanda, protestantes, oficializaram a mudançacopa bet io1700, enquanto a Inglaterra e suas colônias fizeram o mesmocopa bet io1800.

Em 1900, países não cristãos distantes, como o Japão e o Egito, já haviam adotado o novo calendário, mas países ortodoxos como a Romênia, a Rússia e a Grécia ainda resistiram por boa parte do século 20.

Foi somente no ano 2000 que a Europa inteira saudou a chegadacopa bet ioum novo século no dia primeirocopa bet iojaneiro, pelo calendário gregoriano.

Mas a maior parte das principais potências imperiais já adotava o novo calendáriocopa bet iomeados do século 19, quando o período colonial colocou maiscopa bet io80% do planeta sob domínio europeu.

Esse período coincidiu com um movimento das comunidades científicas e comerciais europeias e norte-americanas pela adoçãocopa bet ioum calendário universal para facilitar o comércio. E, quase por faltacopa bet ioalternativas, o calendário gregoriano venceu.

Nas regiões que não foram conquistadas pela Europa, o calendário se espalhou por outros meios.

No seu livro The Global Transformation of Time ("A transformação global do tempo",copa bet iotradução livre), a historiadora Vanessa Ogle sugere que o capitalismo, a evangelização e a paixão científica pela uniformidade fizeram mais para padronizar o tempo do que qualquer política imperialista.

O colonialismo não chegou a ser um fator essencial. Beirute estava sob domínio otomano quando as datas gregorianas apareceram nos seus almanaques, no final do século 19. E o Japão nunca foi colonizado, mas adotou o calendário gregorianocopa bet io1872.

Calendários simultâneos

Casal se beijando através da tela do computador

Crédito, Emmanuel Lafont/BBC

Legenda da foto, Vivemoscopa bet iomuitas linhas do tempo diferentes, muitas vezes sem perceber.

Esta aceitação pode ter sido mais fácil porque se sabia que não seria uma relação monogâmica. Afinal, o usocopa bet iovários calendários paralelos já existia milênios antes da criação do calendário gregoriano.

Os antigos egípcios e os maias, por exemplo, usavam dois calendários, o religioso e o administrativo.

O rei coreano Sejong, o Grande, encomendou especificamente dois sistemas paracopa bet ioreforma do calendário nos anos 1430. Um deles era adaptado do calendário chinês e o outro, do calendário árabe.

Na Beirute dos anos 1880, o calendário gregoriano era apenas um dos quatro calendários usados no dia a dia.

E o próprio Japão, que adotou inteiramente o calendário gregoriano, manteve seu sistemacopa bet iodatas imperiais, o calendário Rokuyocopa bet iodias auspiciosos e o calendário 24 Sekkicopa bet iomudanças das estações do ano. Todos eles são utilizados até hoje.

A antropóloga social Clare Oxby estudou o usocopa bet iocalendários na região do Sahel e no Saara. Ela cunhou a expressão "pluralismocopa bet iocalendários" para descrever a coexistênciacopa bet iodiversos sistemascopa bet iocontagem do tempo, da mesma forma que o pluralismo legal indica sociedades com diversos sistemascopa bet iolegislação.

Pode parecer malabarismo, mas, na prática, calendários diferentes atendem diferentes funções.

No norte da África, as comunidades imazighen, os tuaregues e outros povoscopa bet iofala berbere podem usar três ou quatro sistemas simultaneamente: calendários estelares marcam as estações agrícolas; o calendário lunar islâmico orienta as práticas religiosas; e o calendário gregoriano determina as interações com o governo.

Vivercopa bet iodiversas linhas do tempo pode ser uma forma práticacopa bet iounificar diferentes necessidades temporais.

Este conceito não é totalmente desconhecido na Europa e na América do Norte. As pessoas têm anos escolares e anos fiscais, por exemplo. De certa forma, é apenas questãocopa bet ioquando você começa a contar.

"Provavelmente, o usocopa bet iodiversos calendários paralelos está muito mais presente no nosso mundo contemporâneo do que pensamos", afirma Oxby.

Mas, embora o pluralismo tenha sido uma presença constante ao longo da história, os calendários mudam todo o tempo. Os calendários atuais podem sofrer alterações daqui a apenas algumas décadas.

"Você pode ter mais [calendários] e eles podem ser diferentes. A cultura humana estácopa bet ioconstante evolução", explica ela.

A comunidade imazighen comemora o Ano Novo conforme o seu próprio calendáriocopa bet ioTizi-Ouzou, na Argélia.

Os calendários na era digital

Uma mudança culturalcopa bet ioandamento hojecopa bet iodia é o crescimento do mundo digital.

Os caboscopa bet iofibra óptica substituíram as antigas rotas comerciais, levando o calendário gregoriano para lugares que o colonialismo não conseguia alcançar. E, pelo menos até agora, a conectividade criou um novo tipocopa bet iopluralismocopa bet iocalendários.

O Nepal é um dos poucos países do planetacopa bet ioque o calendário nacional não é o gregoriano. Oficialmente, o país vive no ano 2080 (pelo calendário Bikram Sambat) ou 1144 (segundo o Newari Nepal Sambat), ou ambos.

Ao todo, pelo menos quatro calendários são usados entre diferentes grupos étnicos do país, com diversos diascopa bet ioAno Novo.

O Nepal também está 15 minutos foracopa bet iosincronia com os demais fusos horários. É um país comcopa bet ioprópria linha temporal.

Ainda assim, muitos cidadãos nepaleses não veem motivo para usar diversos calendários simultaneamente. O casocopa bet ioSanjeev Dahal é um exemplo.

"Uso apenas o calendário Bikram Sambat", explica ele. "Nunca usei o Nepal Sambat na vida."

Esta não é exatamente uma questão monotemporal. O calendário Bikram Sambat inclui diversas formas religiosas e culturaiscopa bet iocontagem do tempo ao longo do seu ano solar, com 12 meses lunares e seis estações.

Mas Dahal é hindu e mora na capital do Nepal, Katmandu. E, para ele, este sistema cobre todos os aspectos dacopa bet iovida, dos diascopa bet iojejum até o diacopa bet iopagamento.

Dahal precisacopa bet ioapenas um calendário dentro do Nepal, mas ele é estudantecopa bet ioPhD à distância do Boston College, nos Estados Unidos. Ele estuda a diáspora nepalesa.

Por isso, ele mantém uma complicada interação com o calendáriocopa bet iooutra cultura: a cultura digital, que é quase exclusivamente gregoriana, como a Europa imperialista do século 19.

"Eu existocopa bet iodois espaços e tempos", explica Dahal.

Ele encontrou uma solução tecnológica para esse enigma. Seu laptop estácopa bet io2024 e seu telefone celularcopa bet io2080. E um aplicativo o ajuda a se orientar entre os dois.

Para Dahal, existe uma divisão geracional no uso do calendário. Seus pais não usam o calendário gregoriano para nada.

Mas, entre seus amigos, existe também uma divisão funcional, com o gregoriano sendo usado comercialmente e o Bikram Sambat para eventos sociais e familiares.

O calendário ocidental pode dominar as redes sociais (e, portanto, decidir quando as pessoas enviam votoscopa bet iofeliz aniversário), mas é inútil para aspectos importantes da cultura nepalesa, como determinar dias auspiciosos e acompanhar os ciclos lunares.

Por todos estes motivos, Dahal não acredita que o calendário gregoriano venha a ser oficializado no futuro próximo.

No Nepal, a sensaçãocopa bet iotempo é diferente do resto do planeta.

Padronização x diversidade cultural

A história pode corrercopa bet iocírculos.

Como no movimento pelo Calendário Mundial no final do século 19, o século 21 vem observando uma tendência pela unificação do calendário, por razões econômicas.

Em 2016, a Arábia Saudita mudou o cronogramacopa bet iopagamento dos funcionários do governo do calendário islâmico para o gregoriano, o que foi interpretado,copa bet iogrande parte, como uma medidacopa bet ioreduçãocopa bet iocustos.

E,copa bet iodezembrocopa bet io2022, a Coreia do Sul aprovou uma lei alinhando a contagemcopa bet ioidade das pessoas aos padrões internacionais. A contagem tradicional deixoucopa bet ioser oficial no país, já que o sistemacopa bet iomúltiplas idades é considerado economicamente ineficiente.

Mas o que se ganha e o que se perde ao consolidar o calendáriocopa bet ioum só, especialmente um calendário criado para ser usadocopa bet iooutra época ecopa bet ioum lugar diferente?

"Bem, os governos podem aumentar seu controle impondo calendários centralizados", afirma Clare Oxby. Ela também escreveu sobre a dinâmicacopa bet iopoder do uso dos calendários.

Mas "o país pode perdercopa bet iohistória e diversidade cultural. As pessoas podem sair perdendo. Se elas fizerem partecopa bet iouma cultura regional minoritária, elas podem se sentir subvalorizadas nacionalmente."

Mais uma vez, 150 anoscopa bet ioglobalização não tornaram o pluralismo obsoleto. Os calendários vão e vêm – e, mais frequentemente, eles mudam.

E, se há uma coisa que os seres humanos fazem muito bem, é mudar.

Leia a versão original (em inglês) das duas matérias que deram origem a esta reportagem: