Por que Brasil seguirá sendo campeão mundial 'disparado'blaze com jogarjuros altos:blaze com jogar

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Juros brasileiros devem seguir muito mais alto do que a média mundial, mesmo dianteblaze com jogarcortes
No entanto, mesmo dando início ao movimentoblaze com jogarbaixa, o Brasil segue liderando com folga o rankingblaze com jogarjuros reais mais altos no mundo — o que desperta preocupação entre governantes, empresários e trabalhadores.
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Fim do Matérias recomendadas
Campeões do mundo
O Brasil ainda aparece com folga como campeão no ranking das economias com o maior juro real do mundo.
O juro real é o juro "puro" que sobra após o desconto do efeito da alta dos preços. A inflação usada nesse cálculo é a prevista para os próximos meses, e não a inflação passada.
Em um exemplo simples: a previsão para os próximos 12 meses éblaze com jogarque a inflação brasileira gireblaze com jogartornoblaze com jogar4%. A taxa Selic — que baliza os juros no Brasil — estáblaze com jogar13,75%. Ou seja, o juro real que os brasileiros pagam é, teoricamente, próximoblaze com jogar9% a 10%.
Na prática, os brasileiros pagam juro praticado pelo mercado, que é mais elevado que a taxa básica.
Há países com taxas básicasblaze com jogarjuros muito maiores do que o Brasil, mas nenhum deles pratica juros reais maiores do que a nossa economia.
É o caso da Argentina, cuja taxa básica éblaze com jogar97% — sete vezes maior do que a do Brasil. Mas como a inflação lá nos últimos 12 meses foiblaze com jogar116% e a previsão éblaze com jogarque ela sigablaze com jogaralta ao longo do próximo ano, na prática, o juro efetivamente pago pelos argentinos — o juro real — é muito inferior ao do Brasil (e negativo).
Para quem empresta dinheiro no Brasil, juro alto é bom negócio. Um investidor que aplica seu dinheiro hoje pela taxa básica da economia tem um ganho realblaze com jogarmédia 10% acima da inflação.
Mas isso também significa que os brasileiros que pegam empréstimos precisam pagar muito mais caro do que no resto do mundo.
O Brasil tem os maiores juros reais entre 40 grandes economias, segundo ranking do site Moneyoublaze com jogarjunho.
Antes da decisão do Copomblaze com jogarquarta-feira, o juro real brasileiro erablaze com jogar7,54% — acimablaze com jogarMéxico (5,94%), Colômbia (5,16%) e Chile (4,89%). Nos EUA e na China, os juros reais estão abaixoblaze com jogar2%, eblaze com jogargrande parte da Europa eles são negativos.
Neste momento, o Brasil está com uma inflação anual abaixoblaze com jogarpaíses como Alemanha, Reino Unido e França (algo raro nas últimas décadas) — masblaze com jogartaxa básicablaze com jogarjuros é maior do que ablaze com jogartodos esses países somadas.

Por que juro segue tão alto se preços já pararamblaze com jogarsubir?
Por que — mesmo se antecipando a vários países ao cortar suas taxas — o Brasil segue com juros tão altos?
A queda da inflação ajuda a baixar os juros, mas existe um limiteblaze com jogaraté onde eles podem cair.
Esse limite é conhecido como juro neutro ou juroblaze com jogarequilíbrio — que é o patamar onde a economia estaria crescendo com seu maior potencial, sem excessoblaze com jogarinflação.
Economistas estimam que o juroblaze com jogarequilíbrio do Brasil é próximoblaze com jogar4,5%. Ou seja, mesmo que o Brasil não tivesse nenhuma inflaçãoblaze com jogarum períodoblaze com jogarum ano (algo inédito no país), os juros nunca cairiam para baixo desse patamar.
Esse juro neutro do Brasil é maior do queblaze com jogarquase todas as grandes economias — mesmo as emergentes.
"Comparando o Brasil com outras economias emergentes — como Chile, Colômbia, México, Peru e África do Sul — todos esses países têm juros reaisblaze com jogarequilíbrio na faixablaze com jogar2 a 3%. E, no Brasil, esse juro realblaze com jogarequilíbrio é quase o dobro", disse à BBC News Brasil o economista Braulio Borges, da LCA Consultores, e pesquisador do IBRE-FGV.
Os economistas ouvidos pela BBC News Brasil dizem que o juro neutro brasileiro é alto devido ao alto endividamento público brasileiro.
O problema é que o governo toma muitos empréstimos (emitindo títulosblaze com jogardívida pública) para pagar suas muitas despesas.
"A dívida líquida do setor público brasileiro é o critério mais acompanhado pelas agênciasblaze com jogarclassificaçãoblaze com jogarrisco. A dívida líquida brasileira fechou o ano passadoblaze com jogar57% do PIB e nesse ano deve chegar pertoblaze com jogar61%", diz Borges.
Esse alto endividamento fez com que o Brasil perdesseblaze com jogar2015 o chamado "graublaze com jogarinvestimento" — uma classificação dada por agências internacionaisblaze com jogarrisco. Elas avaliam a capacidade que os governos têmblaze com jogarpagar suas dívidas baseado no tamanho e na estrutura dessa dívida e nas receitas do país.
Em países onde os riscosblaze com jogarnão pagamento são maiores, os juros sobem, para refletir esse aumento no risco. Afinal, os juros também servem como um "prêmio" ao risco: quanto maior o riscoblaze com jogarcalote, maior é o retorno que o credor espera por seu empréstimo.
Outros países emergentes — como Chile, México e Colômbia — ainda possuem o graublaze com jogarinvestimento (chamado por muitos economistasblaze com jogar"seloblaze com jogarbom pagador"), e por isso seus juros são mais baixos do que o brasileiro.
Historicamente, houve momentosblaze com jogarque o endividamento brasileiro caiu — como logo depoisblaze com jogaralgumas reformas aprovadas no Congresso, por exemplo — e isso ajuda a derrubar o juro neutro brasileiro.
"O juro neutro é sempre uma estimativa, e no Brasil essa estimativa caiu para pertoblaze com jogar3% logo depois que foi aprovada a reforma da Previdência. Ali nós tínhamos o tetoblaze com jogargastos — que controlava a trajetóriablaze com jogardívida — e a reforma da Previdência, o que dava mais credibilidade internacional", disse Myria Bast, economista do Bradesco, à BBC News Brasil.
Juro que dói no bolso
Mas não é só o juro neutro que faz do Brasil um país mais caro do que os demais.
O Brasil é campeãoblaze com jogaroutro ranking mundial — um que é particularmente dolorido para trabalhadores e empresários que precisamblaze com jogarcrédito no dia-a-dia.
Trata-se do "spread bancário" — a diferença entre os juros que os bancos pagam e o que eles cobramblaze com jogarseus clientes.
Os bancos tomam dinheiro emprestado pagando juros próximos da Selic,blaze com jogartornoblaze com jogar13%. No entanto, ao emprestar dinheiro — para pessoas que querem comprar casas e carros ou empresários que querem investirblaze com jogarseus negócios — os bancos cobram juros exorbitantes — acimablaze com jogar30% ou 40%.
Um ranking do Banco Mundialblaze com jogar2020 mostra que o Brasil fica apenas atrásblaze com jogarMadagascar entre os países com maior spread bancário do mundo.
No Brasil, as pessoas estão pagando jurosblaze com jogar26 pontos percentuais a mais do que a taxa básica da economia. A média dos países emergentes éblaze com jogarapenas 6 pontos percentuaisblaze com jogardiferença.
Borges, da LCA Consultores, diz que esse spread bancário exagerado é uma "excrescência" da economia brasileira.
Economistas dizem que há diversos fatores para o spread bancário ser tão alto, como a concentração do mercado bancário e a ausênciablaze com jogarreformas microeconômicas.
Segundo Borges, um dos motivos dos altos juros bancários no Brasil é que,blaze com jogarsituaçõesblaze com jogarcalote, os bancos brasileiros,blaze com jogargeral, conseguem recuperar muito pouco do valor que foi emprestado,blaze com jogarcomparação com o resto do mundo.
Por isso, o riscoblaze com jogarse emprestar dinheiro no Brasil é maior, o que é refletido na taxablaze com jogarjuro maior, segundo esse argumento.
Disputa sobre juro alto
Os juros altos têm provocado um debate intenso na sociedade brasileira.
O instrumento é usado para conter a inflação alta — algo que traz problemas sérios para a população, que vê seu poderblaze com jogarcompra ser corroído pela alta dos preços gerais. Os salários geralmente não conseguem acompanhar essa disparada, e todos ficam relativamente mais pobres.
Em 2021 e 2022, a inflação acumulada nos dois anos foiblaze com jogarmaisblaze com jogar15% no Brasil.
Mas empresários, governantes e a populaçãoblaze com jogargeral reclamam que uma dosagem exageradablaze com jogarjuro traz problemas tão ou mais sérios do que a inflação. Os empréstimos ficam caros demais, as famílias e as empresas se endividam mais, e o consumo e o investimento caem.

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Presidente do Banco Central Roberto Campos Neto tem sido alvoblaze com jogarcríticas do presidente Lula eblaze com jogarempresários
A taxablaze com jogarjuros é definida pelo Conselhoblaze com jogarPolítica Monetária do Banco Central, que desde 2021 tem autonomiablaze com jogarrelação ao governo federal.
Neste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem atacado o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que mesmo dianteblaze com jogarsinaisblaze com jogararrefecimento da inflação, vinha defendendo a manutenção da taxa Selicblaze com jogarum patamar alto.
Lula afirmou que não existe explicação para uma taxablaze com jogarjuros que considera alta demais, que ela tem impedido o crescimento e afirmando que a taxa é "parcialmente responsável" pelo desemprego no país. E o Banco Central defende que a taxa precisa ser mantida neste patamar senão a inflação sairia do controle.
"O juro alto tem esse custo financeiro para as empresas, para as famílias e para quem está com alguma dívida. O governo acaba refletindo estas angústias", diz Myria Bast, do Bradesco.
"Esse desconforto é sentido por vários agentes econômicos. E isso é assimblaze com jogarvários outros países do mundo, que também têm sofrido, porque estamosblaze com jogarum dos patamaresblaze com jogarjuros mais elevadosblaze com jogarmuitos anos", diz. "Ninguém gosta do remédioblaze com jogarjuros altos. Mas, no final, ele é necessário para evitar essa consequência pior para todas as famílias que é uma inflação mais elevada."
Economistas, no entanto, têm abordagens variadasblaze com jogarrelação a esse tema. Leia aqui argumentos contra e a favor da redução dos juros.
Como baixar mais o juro
Braulio Borges, da LCA Consultores, lembra que o Brasil já conseguiu baixar muito os juros no começo deste século — que na época estavamblaze com jogarum patamar alto porque o país tinha alto endividamento externo.
Na época, o Brasil se tornou credor internacional,blaze com jogarvezblaze com jogardevedor, e aumentou o tamanhoblaze com jogarsuas reservas — revertendo o cenário adverso e baixando os juros.
Em comparação, a Argentina hoje tem juros e inflação estratosféricos por conta desses problemasblaze com jogarcontas externas, que o Brasil resolveu há duas décadas.
Para baixar ainda mais os juros, acredita Borges, o Brasil precisa se comprometer com o combate ao endividamento público e precisa seguir com reformas microeconômicas, como o marco legal das garantiasblaze com jogarempréstimos (um projetoblaze com jogarlei que está tramitando e que pode reduzir o custoblaze com jogarcrédito no Brasil).
Mesmo com os juros básicosblaze com jogarqueda, por conta da desaceleração da inflação, economistas lembram que ainda há riscos no horizonte.
Myria Bast, do Bradesco, lembra que no resto do mundo, muitos países ainda não encerraram seus ciclosblaze com jogaraumentoblaze com jogarjuros. Alguns — como Estados Unidos e Reino Unido — seguem subindo suas taxas, porque as previsõesblaze com jogarinflação não estão caindo.
Desde o fim da pandemia e o começo da guerra na Ucrânia, o mundo vem enfrentando a maior onda inflacionáriablaze com jogardécadas.
Segundo Bast, se a inflação mundial não desacelerar e lá fora os juros não começarem a cair, dificilmente o Brasil conseguirá baixar muito as suas taxas neste cicloblaze com jogarbaixa.