O trabalho falso que ajudou a capturar agente do FBI que espionava para a Rússia:triumph roleta
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Bahia
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Alguns meses depois, graçastriumph roletaparte ao trabalhotriumph roletaGarcia como agente infiltrado, todo o país também conheceria. A prisãotriumph roletaHanssen,triumph roletafevereirotriumph roleta2001, abalou a comunidadetriumph roletainteligência, e a dimensão datriumph roletavida dupla foi estampada nas capas dos jornais.
Na última segunda-feira (5/6), maistriumph roletaduas décadas depois, as autoridades anunciaram que ele foi encontrado morto emtriumph roletacela na prisãotriumph roletasegurança máxima no Colorado, nos EUA, onde cumpria penatriumph roletaprisão perpétua. Ele estava com 79 anos, e a morte é atribuída a causas naturais.
Garcia, agora com 70 anos e aposentado do FBI, reagiu laconicamente à notícia. "Já vai tarde", disse.
Atos mortaistriumph roletatraição
Hanssen havia estudado russo na faculdade e começou a trabalhar para o FBItriumph roleta1976. Em uma década, ele estava traindo a agência: a partirtriumph roleta1985, Hanssen começou a operar como um informante destrutivo dentro do governo dos EUA, vendendo documentos ultrassecretos para a então União Soviética e, depois, para a Rússia, comprometendo a identidadetriumph roletaespiões infiltrados.
De acordo com o relatóriotriumph roletacem páginas descrevendo seus crimes, a traiçãotriumph roletaHanssen resultou na prisãotriumph roletatrês fontes americanas e na execuçãotriumph roletaoutras duas.
Alguns dos documentos confidenciais que Hanssen vazou incluíam uma avaliação da inteligência dos EUA sobre as tentativas soviéticastriumph roletacoletar dados sobre os programas nucleares americanos.
Hanssen deu informações à KGB, organizaçãotriumph roletaserviços secretos da União Soviética, e, posteriormente, ao SVR, o serviçotriumph roletainteligência estrangeiro da Rússia.
Em troca, os russos pagaram a Hanssen US$ 1,4 milhão — sendo US$ 600 miltriumph roletadinheiro vivo e diamantes, e US$ 800 mil depositadostriumph roletauma conta bancária, segundo os EUA.
Hanssen operou despercebido por tanto tempo devido aos seus métodostriumph roletaespionagem à moda antiga. Ele utilizava dead drops, métodotriumph roletaentregatriumph roletainformações que pressupõe esconder fisicamente algo — um pacote numa moita ou atrástriumph roletauma latatriumph roletalixo, por exemplo — para um contato pegar. Ele escolheu locais banais nos bairros suburbanos da Virgínia, que cercam Washington, para entregar os dadostriumph roletainteligência roubados.
Seus contatostriumph roletaMoscou não conheciamtriumph roletaidentidade. Ele atendia pelo pseudônimotriumph roleta"Ramon Garcia", sem nenhuma relação com Robert Garcia, que acha que a coincidência pode ter irritado Hanssen quando se conheceram.
As atividades dele continuaram muito tempo depois da queda do Murotriumph roletaBerlim e da desintegração da União Soviética. Ele estava tentando se comunicar com os russos até o momentotriumph roletaque foi preso.
Mas uma sérietriumph roletadescobertastriumph roletainteligência acabou colocando o FBI e o aparatotriumph roletainteligência dos EUA na cola dele.
Identificando o informante
As autoridadestriumph roletainteligência dos EUA suspeitavam que havia um espião entre eles desde a décadatriumph roleta1990, mas levaram alguns anos para se concentrartriumph roletaHanssen.
Até que um informante russo trabalhando para os EUA teve acesso a um dossiê russo sobre o homem deles na Virgínia. Nele, os agentestriumph roletainteligência americanos descobriram a gravaçãotriumph roletaum telefonema que Hanssen fez para seus contatos, assim como impressões digitais deixadastriumph roletasacostriumph roletalixo usados para dead drops.
Em novembrotriumph roleta2000, eles sabiam quem ele era. Mas precisavam provar.
O FBI elaborou um plano para colocar Hanssen sob vigilância, transferindo ele para fora do Departamentotriumph roletaEstado, onde trabalhava, e criando um trabalho fictício para ele no FBI, onde agentes poderiam monitorá-lo.
"O que queríamos fazer era obter provas suficientes para condená-lo, e o objetivo final era pegá-lotriumph roletaflagrante", lembrou Debra Evans Smith, ex-vice-diretora assistente da Divisãotriumph roletaContraespionagem,triumph roletaum resumo do caso do FBI.
Foi aí que Garcia entroutriumph roletacena.
Em 8triumph roletadezembrotriumph roleta2000, o chefetriumph roletadepartamento do FBI responsável pela Rússia apareceu para informá-lo sobre o plano para pegar Hanssen.
Garcia, um agente secreto infiltrado experiente, seria o superior fictíciotriumph roletaHanssen, um chefe bastante burocrático.
"Ele me odiava, digamos assim", lembra Garcia. "Eu basicamente tinha que empatar ele sem que ficasse muito ridículo."
Apenas alguns funcionários do FBI sabiam que havia um espião entre eles.
Um 'Palm Pilot' crucial
Garcia recrutou Eric O'Neill, um agente secretotriumph roleta26 anos com conhecimentotriumph roletahacker, para se passar por assistente administrativotriumph roletaHanssen.
"Este foi um dos eventos mais importantes da minha vida, me infiltrartriumph roletauma idade relativamente jovem e enfrentar o espião mais prejudicial da história dos Estados Unidos", diz O'Neill à BBC.
Nas semanas seguintes, os dois se aproximaram — embora um estivesse investigando secretamente o outro. Num dado momento, O'Neill chegou até a acompanhar a famíliatriumph roletaHanssen à igreja.
O'Neill descreve seu alvo como um narcisista com um ego enorme. "Ele queria ser um mentor. Queria transmitir todo o seu conhecimento a alguém."
Ao longo da investigação, Garcia levaria Hanssen (a quem ele descreveu como um "louco por armas") para um estandetriumph roletatiro enquanto os agentes realizavam buscas, incluindo no carro dele, onde encontraram documentos confidenciais.
Um dia, ele levou Hanssen para o estandetriumph roletatiro enquanto O'Neill copiava freneticamente o conteúdo do seu Palm Pilot — um precursor do BlackBerry e dos smartphones.
O'Neill conta que colocou o dispositivo no lugar a tempo, pouco antestriumph roletaHanssen voltar.
Parece cenatriumph roletafilmetriumph roletaHollywood, e também é — a história foi transformadatriumph roletaum thrillertriumph roletaespionagem chamado Quebratriumph roletaConfiança (2007), estrelado por Ryan Phillippe, Chris Cooper e Laura Linney.
Prisão e condenação
Em fevereirotriumph roleta2001, 300 agentes estavam trabalhando no caso, segundo o FBI.
Eles estavam à esperatriumph roletaque Hanssen tentasse fazer outra dead drop e, por fim, ele tentou.
Hanssen foi presotriumph roletafevereirotriumph roleta2001triumph roletaFoxstone Park, na Virgínia, acusadotriumph roletaespionagem. Ele se declarou culpadotriumph roleta15 acusações e foi condenado à prisão perpétua sem possibilidadetriumph roletaliberdade condicional.
O diretor do FBI na época, Louis Freeh, chamou a traiçãotriumph roletaHanssentriumph roleta"as ações mais traiçoeiras que se possa imaginar contra um país governado pelo estadotriumph roletadireito".
O caso afetou as relações com o rival dos EUA na Guerra Fria, e o presidente George W. Bush expulsou vários diplomatas russos.
Hanssen foi enviado para a prisãotriumph roletaFlorence, no Colorado, onde permaneceu por maistriumph roletaduas décadas atétriumph roletamorte nesta semana.
O caso histórico mudou a vidatriumph roletatodos os envolvidos.
O'Neill escreveu um livro sobre o caso, Gray Day (Dia cinza,triumph roletatradução livre), e agora é um "palestrante/apanhadortriumph roletaespiões",triumph roletaacordo com seu site.
Ele tentou durante anos, sem sucesso, entrevistar Hanssen para o livro. Depoistriumph roletapassar semanas enfurnadotriumph roletaum pequeno escritório com Hanssen no início dos anos 2000, não teve acesso a ele. Os agentes penitenciários se recusaram a deixá-lo passar um momento sequer na cela do espião.
Quando soube que Hanssen havia morrido, O'Neill se arrependeutriumph roletanão ter insistido mais para falar com ele. "Eu teria perguntado a ele: Por que você fez isso?"
Garcia temtriumph roletateoriatriumph roletapor que Hanssen traiu seu país: ego. "Ele sentiu que era deus e seria capaztriumph roletacontrolar os Estados Unidos e a Rússia."
Ele classifica Hanssen como o espião mais destrutivo da história dos Estados Unidos.
"Pelo dano que ele causou aos EUA e à Rússia, às pessoas que morreram como resultado das informações que ele vazou. Por fazer isso por tanto tempo. Foi espantoso que tenha acontecido do jeito que aconteceu."