O 'serviçoreal madrid aposta ganhaemergência' no fundo do oceano que mantêm a internet funcionando:real madrid aposta ganha

As pessoas não perceberam isso na época, sugerem os registros históricos, porque ninguém sabia que tais deslizamentosreal madrid aposta ganhaterra subaquáticos existiam.

Quando os sedimentos são agitados por terremotos e outras atividades geológicas, a água fica mais densa, gerando um fluxo descendente, como uma avalanchereal madrid aposta ganhaneve montanha abaixo. O deslizamentoreal madrid aposta ganhaterra submarino — chamado correntereal madrid aposta ganhaturbidez —– fluiu a maisreal madrid aposta ganha1.000 kmreal madrid aposta ganhadistância do epicentro do terremoto, a uma velocidade entre 11 e 128 km/h.

Embora o deslizamentoreal madrid aposta ganhaterra não tenha sido notado na época, deixou uma pista reveladora. Nareal madrid aposta ganharota, estava o que haviareal madrid aposta ganhamais modernoreal madrid aposta ganhatecnologiareal madrid aposta ganhacomunicação da época: cabos submarinos transatlânticos. E esses cabos se romperam. Doze deles foram partidosreal madrid aposta ganha28 lugares no total.

Algumas das 28 rupturas aconteceram quase simultaneamente com o terremoto. Mas outras 16 ocorreram ao longoreal madrid aposta ganhaum período muito mais longo, à medida que os cabos se rompiam um após o outro,real madrid aposta ganhauma espéciereal madrid aposta ganhapadrão misteriosoreal madrid aposta ganhaondas,real madrid aposta ganha59 minutos após o terremoto até 13 horas e 17 minutos depois, e a maisreal madrid aposta ganha500 quilômetrosreal madrid aposta ganhadistância do epicentro.

Se todos tivessem sido rompidos pelo terremotoreal madrid aposta ganhasi, os cabos teriam se rompido ao mesmo tempo — então os cientistas começaram a se perguntar: por que não se romperam? Por que se romperam um após o outro?

Sóreal madrid aposta ganha1952 que os pesquisadores descobriram por que os cabos se romperamreal madrid aposta ganhasequência, ao longoreal madrid aposta ganhauma área tão grande ereal madrid aposta ganhaintervalos que pareciam diminuir com a distância do epicentro. Eles descobriram que um deslizamentoreal madrid aposta ganhaterra os atingiu, e que os cabos que se rompiam traçaram seu movimento pelo fundo do mar.

Até então, ninguém sabia da existência das chamadas correntesreal madrid aposta ganhaturbidez.

Como esses cabos se romperam e havia um registro do momentoreal madrid aposta ganhaque se partiram, eles ajudaram a entender os movimentos oceânicos acima e abaixo da superfície. Eles motivaram um trabalhoreal madrid aposta ganhareparo complexo, mas também se tornaram instrumentos científicos acidentais, registrando um fenômeno natural fascinante que estava fora do alcance da vista humana.

Nas décadas seguintes, à medida que a rede globalreal madrid aposta ganhacabosreal madrid aposta ganhaáguas profundas se expandiu, seu reparo e manutenção resultaramreal madrid aposta ganhaoutras descobertas científicas surpreendentes, abrindo mundos totalmente novos, e nos permitindo espiar o fundo do mar como nunca antes, alémreal madrid aposta ganhanos permitir comunicarreal madrid aposta ganhavelocidade recorde.

Ao mesmo tempo, nossa vida cotidiana, rendimentos, saúde e segurança também se tornaram cada vez mais dependentes da internet — e,real madrid aposta ganhaúltima análise, desta complexa redereal madrid aposta ganhacabos submarinos. Mas, afinal, o que acontece quando eles se rompem?

Como nossos dados trafegam

Há 1,4 milhãoreal madrid aposta ganhaquilômetrosreal madrid aposta ganhacabosreal madrid aposta ganhatelecomunicações no fundo do mar, abrangendo todos os oceanos do planeta.

Estendidosreal madrid aposta ganhauma extremidade à outra, estes cabos — responsáveis ​​pela transferênciareal madrid aposta ganha99%real madrid aposta ganhatodos os dados digitais — poderiam dar uma volta ao redor do Sol. Mas para algo tão importante, são surpreendentemente finos — muitas vezes, com pouco maisreal madrid aposta ganha2 cmreal madrid aposta ganhadiâmetro, ou aproximadamente a largurareal madrid aposta ganhauma mangueira.

Uma repetição do rompimentoreal madrid aposta ganhacabosreal madrid aposta ganhamassareal madrid aposta ganha1929 teria impactos significativos na comunicação entre a América do Norte e a Europa.

No entanto, "em grande parte, a rede global é notavelmente resistente", diz Mike Clare, consultor ambiental marinho do Comitê Internacionalreal madrid aposta ganhaProteçãoreal madrid aposta ganhaCabos, que pesquisa os impactosreal madrid aposta ganhaeventos extremosreal madrid aposta ganhasistemas submarinos.

"Háreal madrid aposta ganha150 a 200 casosreal madrid aposta ganhadanos à rede global a cada ano. Portanto, se compararmos com 1,4 milhãoreal madrid aposta ganhaquilômetros, não é muito e, na maioria das vezes, quando esses danos ocorrem, eles podem ser consertados com relativa rapidez."

Mas como a internet funciona com cabos tão finos e evita panes desastrosas?

Desde que os primeiros cabos transatlânticos foram instalados no século 19, eles têm sido expostos a eventos ambientais extremos, desde erupções vulcânicas submarinas até tufões e inundações. Mas a principal causa dos danos que sofrem não é natural.

A maioria das falhas —real madrid aposta ganha70 a 80%, dependendo do lugar no mundo — está relacionada a atividades humanas acidentais, como lançar âncoras ou redesreal madrid aposta ganhapescareal madrid aposta ganhaarrasto, que acabam ficando presas nos cabos, diz Stephen Holden, chefereal madrid aposta ganhamanutenção da Europa, Oriente Médio e África na Global Marine, uma empresareal madrid aposta ganhaengenharia submarina que atua na reparaçãoreal madrid aposta ganhacabos submarinos.

Em geral, estes acidentes acontecemreal madrid aposta ganhaprofundidadesreal madrid aposta ganha200 a 300 metros (mas a pesca comercial está avançando para águas cada vez mais profundas,real madrid aposta ganhaalguns lugares, chegando a 1.500 metros no nordeste do Atlântico).

Somentereal madrid aposta ganha10% a 20% das falhas nos cabos a nível mundial estão relacionadas a ameaças naturais e, na maioria das vezes, estão relacionadas ao desgaste dos cabosreal madrid aposta ganhalocais onde as correntes fazem com que eles resvalem contra as rochas, causando o que é chamadoreal madrid aposta ganha"falhasreal madrid aposta ganhaderivação", diz Holden.

A ideiareal madrid aposta ganhaque os cabos se rompem porque são mordidos por tubarões é hoje uma espéciereal madrid aposta ganhalenda urbana, acrescenta Clare.

"Houve casosreal madrid aposta ganhadanos causados por mordidasreal madrid aposta ganhatubarões, mas isso já acabou, porque a indústria dos cabos utiliza uma camadareal madrid aposta ganhaKevlar (tiporeal madrid aposta ganhafibra sintética) para reforçá-los."

No entanto, os cabos devem ser mantidos finos e levesreal madrid aposta ganhaáguas mais profundas para ajudar na recuperação e no reparo. Transportar um cabo grande e pesado ao longoreal madrid aposta ganhamilharesreal madrid aposta ganhametros abaixo do nível do mar colocaria uma enorme pressão sobre ele. Os cabos mais próximos da costa tendem a ser mais blindados, porque têm mais chancereal madrid aposta ganhaserem danificados por redesreal madrid aposta ganhapesca e âncoras.

Um exércitoreal madrid aposta ganhanaviosreal madrid aposta ganhareparo a postos

Se uma falha for encontrada, um navioreal madrid aposta ganhareparo é enviado.

"Todas essas embarcações estão estrategicamente posicionadas ao redor do mundo para que o trajeto entre a base e o porto sejareal madrid aposta ganha10 a 12 dias", explica Mick McGovern, vice-presidente adjuntoreal madrid aposta ganhaoperações marítimas da Alcatel Submarine Networks.

"Você tem esse tempo para descobrir onde está a falha, carregar os cabos [e os] amplificadoresreal madrid aposta ganhasinal" — que aumentam a forçareal madrid aposta ganhaum sinal à medida que ele trafega pelos cabos.

"Em essência, quando você pensa no tamanho do sistema, não é preciso esperar muito", ele acrescenta.

Embora tenha demorado nove meses para consertar o último cabo submarino danificado pelo terremotoreal madrid aposta ganha1929, McGovern diz que um reparo modernoreal madrid aposta ganhaáguas profundas deve levar uma ou duas semanas, dependendo da localização e do clima.

"Quando você pensa na profundidade da água e onde está, não é uma solução ruim."

Isso não significa que um país inteiro vai ficar sem internet por uma semana. Muitas nações possuem mais cabos e mais largurareal madrid aposta ganhabanda dentro desses cabos do que a quantidade mínima exigida,real madrid aposta ganhamodo que, se alguns forem danificados, os outros possam compensar. Isso é chamadoreal madrid aposta ganharedundância no sistema.

Devido a essa redundância, a maioriareal madrid aposta ganhanós nunca perceberia se um cabo submarino fosse danificado — talvez este artigo demorasse um ou dois segundos a mais para carregar do que o normal.

Em eventos extremos, pode ser a única coisa que mantém um país online.

O terremotoreal madrid aposta ganhamagnitude 7 na costareal madrid aposta ganhaTaiwan,real madrid aposta ganha2006, rompeu dezenasreal madrid aposta ganhacabos no Mar do Sul da China — mas alguns permaneceram online.

Para reparar o dano, o navio utiliza um arpéu, ou gancho, para levantar e cortar o cabo, puxando uma extremidade solta até a superfície, e enrolando-a na proa com grandes tambores motorizados.

A parte danificada é então arrastada até uma sala interna e analisadareal madrid aposta ganhabuscareal madrid aposta ganhafalhas, reparada, testada (enviando um sinal para terra firme a partir do barco), selada e,real madrid aposta ganhaseguida, presa a uma boia enquanto o processo é repetido na outra extremidade do cabo.

Uma vez que as duas extremidades são consertadas, cada fibra óptica é emendada sob microscópio para garantir que haja uma boa conexão — e, na sequência, são vedadas com uma junta universal que é compatível com o caboreal madrid aposta ganhaqualquer fabricante, facilitando a vida das equipesreal madrid aposta ganhareparo internacionais, explica McGovern.

Os cabos reparados são colocadosreal madrid aposta ganhavolta na água e,real madrid aposta ganhaáguas mais rasas, onde pode haver mais tráfegoreal madrid aposta ganhabarcos, são enterradosreal madrid aposta ganhavalas. Veículos subaquáticos operados remotamente (ROV, na siglareal madrid aposta ganhainglês), equipados com jatosreal madrid aposta ganhaalta potência, podem abrir trilhas no fundo do mar para a instalação dos cabos.

Em águas mais profundas, o trabalho é feito por arados equipados com jatos, arrastados ao longo do leito marinho por grandes embarcaçõesreal madrid aposta ganhareparo acima.

Alguns arados pesam maisreal madrid aposta ganha50 toneladas e,real madrid aposta ganhaambientes extremos, são necessários equipamentos ainda maiores.

McGovern se lembrareal madrid aposta ganhaum trabalho no Oceano Ártico, que exigiu que um navio arrastasse um aradoreal madrid aposta ganha110 toneladas, capazreal madrid aposta ganhaenterrar cabosreal madrid aposta ganha4 metros e penetrar no permafrost.

Ouvidos no fundo do mar

A instalação e o reparo dos cabos levaram a algumas descobertas científicas surpreendentes — a princípioreal madrid aposta ganhaforma acidental, como no caso dos cabos rompidos e do deslizamentoreal madrid aposta ganhaterra, e mais tarde, intencionalmente, quando os cientistas começaram a usar os cabosreal madrid aposta ganhapropósito como ferramentasreal madrid aposta ganhapesquisa.

Essas lições das profundezas do mar começaram quando os primeiros cabos transatlânticos foram instalados no século 19.

Os operadoresreal madrid aposta ganhacabos notaram que o Oceano Atlântico ficava mais raso no meio, descobrindo sem querer a cordilheira Dorsal Mesoatlântica.

Hoje, os cabosreal madrid aposta ganhatelecomunicações podem ser usados ​​como "sensores acústicos" para detectar baleias, barcos, tempestades e terremotosreal madrid aposta ganhaalto mar.

Os danos causados ​​aos cabos oferecem à indústria "uma nova compreensão fundamental sobre os perigos que existem no fundo do mar", diz Clare.

"Nunca saberíamos que havia deslizamentosreal madrid aposta ganhaterra no fundo do mar após erupções vulcânicas se não fosse pelos danos causados (nos cabos)".

Em alguns lugares, as mudanças climáticas estão tornando as coisas mais desafiadoras. As inundações na África Ocidental estão causando um aumento no deságuereal madrid aposta ganhasedimentos dos cânions no Rio Congo, que ocorre quando grandes volumesreal madrid aposta ganhasedimentos fluem para um rio após uma inundação. Estes sedimentos são então despejados da foz do rio no Oceano Atlântico, e podem danificar os cabos.

"Agora sabemos que devemos colocar os cabos mais longe do estuário", diz McGovern.

Alguns danos serão inevitáveis, preveem os especialistas.

A erupção vulcânica do Hunga Tonga-Hunga Ha'apai,real madrid aposta ganha2021 e 2022, destruiu o cabo submarinoreal madrid aposta ganhainternet que conectava a nação insularreal madrid aposta ganhaTonga, no Pacífico, ao resto do mundo.

Levou cinco semanas até a conexão com a internet voltar a funcionar totalmente, embora alguns serviços tenham sido restabelecidos após uma semana.

No entanto, muitos países contam com vários cabos submarinos, o que significa que uma falha — ou até mesmo várias falhas — pode não ser percebida pelos usuários da internet, pois a rede pode recorrer a outros cabosreal madrid aposta ganhauma crise.

"Isso realmente mostra por que é necessário haver uma diversidade geográfica das rotasreal madrid aposta ganhacabo", acrescenta Clare.

"Especialmente no caso das ilhas pequenas,real madrid aposta ganhalugares como o Pacífico Sul, onde há tempestades tropicais, terremotos e vulcões, elas são particularmente vulneráveis e, com as mudanças climáticas, diferentes áreas estão sendo afetadasreal madrid aposta ganhamaneiras diferentes."

À medida que a pesca e o transporte marítimo se tornam mais sofisticados, pode ficar mais fácil evitar danos aos cabos.

O advento do sistemareal madrid aposta ganhaidentificação automática (AIS, na siglareal madrid aposta ganhainglês) no transporte marítimo levou a uma redução nos danos causados pela ancoragem, diz Holden, porque algumas empresas agora oferecem um serviçoreal madrid aposta ganhaque é possível seguir um padrão definido para reduzir a velocidade e ancorar.

No entanto,real madrid aposta ganharegiões do mundo onde os barcosreal madrid aposta ganhapesca tendem a ser menos sofisticados e operados por equipes menores, os danos provocados pelas âncoras ainda acontecem.

Nesses locais, uma opção é informar às pessoas onde estão os cabos, e aumentar a conscientização, afirma Clare.

"É para o benefícioreal madrid aposta ganhatodos que a internet continue funcionando."

real madrid aposta ganha Leia a real madrid aposta ganha íntegra desta reportagem real madrid aposta ganha (em inglês) no site real madrid aposta ganha BBC Future real madrid aposta ganha .