O que são os prédios 'sequestrados' como obanner pokerincêndio que matou dezenasbanner pokerimigrantes na África do Sul:banner poker

Segundo as autoridades locais, 74 mortos foram contabilizados até o início da tarde no Brasil – 24 mulheres, 40 homens e 10 não identificados.

Destes, 12 eram crianças. Muitos corpos foram encontrados pertobanner pokerum portão, que provavelmente impediu a fuga dos moradores.

A tragédia foi descrita como um dos piores incêndios da história recente da África do Sul.

O prédiobanner pokercinco andares, localizadobanner pokeruma área chamada Marshalltown, pertencia à cidade.

Ele havia sido alugado para ser usado como abrigo para mulheres vítimasbanner pokerabuso, mas foi "sequestrado" pelas organizações criminosas, segundo Floyd Brink, administradorbanner pokerJohanesburgo.

Ele acrescentou que as autoridades iriam "agir diligentemente" para investigar a causa do incêndio, e que um plano para combater os edifícios "sequestrados" e a "ilegalidade" na cidade será anunciadobanner pokerbreve.

Fogueiras e fogões a querosene

Um bombeiro que estava no local do edifício disse que estruturas semelhantes a barracos haviam sido erguidas no interior – servindo como combustível para o fogo.

Em todos os prédios da região, os moradores tendem a cozinharbanner pokerfogões a querosene e durante os meses friosbanner pokerinverno - junho a setembro - frequentemente acendem fogueirasbanner pokergrandes tamboresbanner pokermetal.

Velas são frequentemente usadas e as inúmeras conexões elétricas ilegais montadas para fornecer energia também representam riscobanner pokerincêndio. É comum ver ainda antenas parabólicas penduradas nas janelas.

Uma pessoa que escapou do incêndio desta quinta disse à BBC que o fogo começou durante um cortebanner pokerenergia – que acontece com frequênciabanner pokertodo o país.

Ela disse que o corte no fornecimentobanner pokereletricidade desencadeou uma sériebanner pokersons semelhantes a tiros, seguidos por uma enorme explosão.

A mulher pediu para não ser identificada - isto porque os moradores destes edifícios estão lá ilegalmente e tendem a evitar as autoridades e a imprensa.

Há dois anos, o fotógrafo Shiraaz Mohamed conquistou a confiançabanner pokeralguns moradoresbanner pokerum edifício na áreabanner pokerHillbrow,banner pokerJohanesburgo - e publicou um artigo na BBC sobre as suas vidas.

Eles lhe contaram sobre as condições insalubresbanner pokerque viviam - o cheirobanner pokerfezes permeava os corredores, pois os ocupantes faziam suas necessidades nos espaços vazios do prédio ou às vezes na calçada.

Entre os que vivem ali, que fazem o seu melhor para manter as suas próprias áreas limpas, estão sul-africanos pobres, bem comobanner pokermigrantesbanner pokertoda a África - alguns dos quais não têm documentos e estão no país ilegalmente.

O centro da cidadebanner pokerJoanesburgo é um lugar perigoso para se estar - com altos níveisbanner pokercriminalidade. Ainda é conhecido como Distrito Empresarial Central (CBD), embora muitas empresas já tenham saído dali há muito tempo.

A mudança aconteceu por volta do fim do governobanner pokerminoria branca,banner poker1994. Durante o Apartheid, o governo impôs uma segregação racial rigorosa nas cidades - empurrando as comunidades negras e mestiças para os subúrbios.

Quando o Apartheid foi desmantelado, aqueles que tinham sido despachados para as periferias puderam voltar para o centro. As pessoas pobres que procuravam habitação a preços acessíveis mudaram-se para pertobanner pokeronde trabalhavam para evitar elevados custosbanner pokertransporte.

Já as empresas e residentes mais ricos do CBD, incluindo a Bolsabanner pokerValoresbanner pokerJohanesburgo, trocaram a região pelos subúrbios mais ricos do norte. Os antigos edifícios comerciais no centro da cidade foram transformadosbanner pokerapartamentosbanner pokerbaixa renda.

Impróprios pra habitação

A reforma também atraiu imigrantes, alguns caçadoresbanner pokerfortuna e refugiados - muitos dos quais se estabeleceram nestas habitações baratas no centro da cidade.

A África do Sul enfrentou e ainda enfrenta uma grave escassezbanner pokerhabitação – um legado do Apartheid e um dos maiores desafios do governo do Congresso Nacional Africano.

O país continua a ser uma das sociedades mais divididas e desiguais do mundo.

Em Johanesburgo, a maior cidade do país, estimava-se que 15 mil pessoas estavam desalojadas no início deste ano, segundo informou o Departamento Provincial ao sitebanner pokerverificaçãobanner pokerfatos Africa Check.

Após o êxodobanner pokerempresas, o CBD tornou-se uma área proibida com reputaçãobanner pokercrime e violência, e alguns edifícios foram alegadamente abandonados pelos proprietários, uma vez que as taxas devidas ao município excederam o seu valor.

As autoridades da cidadebanner pokerJohanesburgo iniciaram esforços para restaurar a área há maisbanner pokeruma década. Os edifícios foram declarados impróprios para habitação humana e - muitas vezes após processos judiciais - algunsbanner pokerseus residentes foram realojados.

Por lei, os proprietários devem oferecer aos moradores alojamento alternativo antes do despejo, mesmo que sejam imigrantes sem documentos.

Algumas partes da CDB foram reconstruídas – com investimento privado.

No entanto, à medida que os edifícios abandonados proliferavam - alguns pertencentes ao município e envolvidosbanner pokerdisputas legais - os sindicatos criminosos identificaram uma oportunidade para ganhar dinheiro, explorando ainda mais aqueles que estavam desesperados por moradia.

O aluguel pode ser bastante alto - mas esse tipobanner pokerproprietário ignora um históricobanner pokercrédito ruim ou o fatobanner pokeros inquilinos não possuírem documentos oficiais.

A vidabanner pokerquem morabanner pokerum prédio sequestrado é difícil. As drogas e a dependência proliferam – e os estrangeiros correm riscos quando se aventuram.

No entanto, quando os moradores falam sobre suas vidas, fica claro que os edifícios abandonados oferecem um teto sobre suas cabeças e uma oportunidadebanner pokersonhar com um futuro melhor.

*Com informaçõesbanner pokerEmma Owen e Alexandra Fouché