O país latino que tem a maior comunidadesimples bet apppalestinos fora do mundo árabe:simples bet app

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Comunidade palestina no Chile fez protestos após início da guerra
"Estamos muito comovidos com o que está acontecendosimples bet appGaza. Muito abalados pelas imagens que vêmsimples bet applá", disse Diego Khamis, diretor executivo da Comunidade Palestina no Chile, à BBC News Mundo, serviçosimples bet appespanhol da BBC.
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A representante diplomática palestina no país sul-americano, Vera Baboun, explica que "historicamente, a comunidade palestina no Chile tem se empenhadosimples bet apprejeitar todas as atrocidades que a nação palestina vivencia".
Muitos têm parentes que vivem na Faixasimples bet appGaza ou territórios próximos e tentam manter contatosimples bet appmeio aos cortessimples bet appinternet e comunicações.
Um dos casos mais emblemáticos foi osimples bet appGhassan Sahurie, um menino chileno-palestinosimples bet app7 anos que ficou vários dias desaparecidosimples bet appGaza até ser encontradosimples bet appum dos hospitais locais, segundo informou à imprensa seu tio, que mora no Chile.
Mas como o Chile conseguiu estabelecer um vínculo tão forte com a comunidade palestina? E por que tantos palestinos decidiram morar ali, a 13 mil quilômetrossimples bet appdistância?

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Edifício mais alto do Chile, o Costanera Center foi iluminado com a frase 'Solidariedade Palestina'
Por que o Chile?
Para compreender o fenômeno da imigração palestina para o Chile, é preciso recuar ao final do século XIX.
A região da Palestina, entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo, considerada sagrada por muçulmanos, judeus e católicos, pertencia naqueles anos ao Império Otomano.
"A saídasimples bet apppalestinos, sírios e libaneses da região ocorresimples bet appmeio a uma situaçãosimples bet appcrise econômica, declínio do Império Otomano e repressão aos primeiros movimentos nacionalistas árabes na região", explicou Ricardo Marzuca, acadêmico do Centrosimples bet appEstudos Árabes da Universidade do Chile,simples bet appentrevista realizadasimples bet app2021 à BBC News Mundo.
Para esta comunidade, como para muitas outras, a América era vista como um "novo mundo" cheiosimples bet appoportunidades.
Assim, muitos jovens palestinos seguiram caminho para a Europa, por terra, e por mar, até Buenos Aires.
Massimples bet appvezsimples bet appficarem na capital argentina, na época mais rica e "europeizada", alguns preferiram cruzar os Andes e seguirsimples bet appdireção ao Chile.
Entre 1885 e 1940, os árabes somavam entre 8.000 e 10.000 pessoas no Chile, segundo o livro O Mundo Árabe e a América Latina (em tradução livre),simples bet appLorenzo Agar Corbinosla.
Metade deles eram palestinos, a maioria vindossimples bet appapenas três cidades: Belém, Beit Jala e Beit Sahour.

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Os bombardeiossimples bet appGaza deixaram edifícios completamente destruídos
Mas depois ocorreram outras ondassimples bet appmigração, como, por exemplo, após a Primeira Guerra Mundial, quando o Império Otomano se desintegrou, e após a Segunda Guerra Mundial, com a criaçãosimples bet appIsraelsimples bet app14simples bet appmaiosimples bet app1948.
Foi nessa altura que cercasimples bet app750 mil palestinos fugiram para outros países ou foram expulsos.
Tal como outros países jovens, o Chile precisavasimples bet appimigrantes para fortalecer asimples bet appeconomia e controlar o território.
A elite chilena sempre optou por europeus, a quem ofereceu terras e direitos desde o início do século XIX, mas muitos árabes e palestinos aproveitaram o fluxo.
"Houve uma espéciesimples bet appefeitosimples bet appcadeia, no qual certos grupos chegaram ao Chile e trouxeram seus familiares", disse Marzuca.
"Há um conjuntosimples bet appfatores que promoveramsimples bet appchegada: o clima, já que existem certas semelhanças entre o território palestino e o caso chileno; a liberdade, algo que fazia muita falta devido à repressão do Império Otomano e posteriormente à repressão do mandato britânico; e prosperidade econômica", acrescentou o acadêmico.
Indústria têxtil
Os que chegaram do Oriente Médio optaram pelo comércio e pelo setor têxtil, uma decisão que seria fundamental para a abundância que faria a comunidade crescer.
Eles seguiam suas tradições, a conhecida dinâmicasimples bet appdescontos e pechinchas, mas também atendiam a uma demanda pendente na região.
"Inicialmente os palestinos se dedicaram a serem vendedores ambulantes, depois entraramsimples bet apppequenos negócios e depois, na décadasimples bet app1930, houve uma contribuição importante destas famílias para o desenvolvimento têxtil do país", disse Marzuca.
Assim, os primeiros expoentes da família Abumohor – que hoje representa um dos maiores grupos econômicos do Chile, com negócios no comércio, no setor financeiro e até no futebol – percorreram o país oferecendo mercadorias no atacado.

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Os têxteissimples bet apporigem palestina marcaram uma época econômica, política e social no Chile até ao final dos anos 70
Outro exemplo é a empresa Casa Saieh, também propriedadesimples bet appuma famíliasimples bet apporigem palestina, inaugurada na cidadesimples bet appTalca na décadasimples bet app1950.
Seus herdeiros se tornariam mais tarde empresários renomados: Álvaro Saieh, proprietário e presidente do grupo empresarial CorpGroup, que atualmente possui investimentos no setor financeiro, no varejo esimples bet appmeiossimples bet appcomunicação como o jornal La Tercera.
Outros imigrantes começaram a fabricar algodão ou seda, substituindo o trabalho artesanal local ou as caras importações europeias.
E sobrenomessimples bet apporigem palestina como Hirmas, Said, Yarur e Sumar se tornariam sinônimossimples bet appuma poderosa indústria têxtil.
Após a abertura retumbante da economia nas décadassimples bet app1980 e 1990, e face à intensa concorrência chinesa, a maioria das fortunas palestinas se diversificou para outros negócios: financeiro, imobiliário, agricultura, viticultura, agricultura, alimentação e imprensa.

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O Club Deportivo Palestino é um time popular no Chile, fundadosimples bet app1920
Alémsimples bet appsua contribuição para o desenvolvimento econômico, criaram instituiçõessimples bet appdiversos tipos, desde um timesimples bet appfutebol – o Club Palestino – até sociedadessimples bet appsem fins lucrativos e organizações culturais.
Eles também tiveram sucesso ao se estabelecersimples bet appdiferentes cidades do Chile, algo fundamental para formar laços com distintas comunidades chilenas.
Esimples bet appSantiago conquistaram o famoso “bairro Patronato”, que com os seus restaurantes que oferecem folhassimples bet appuva recheadas, ou os populares doces árabes, ao som da música desta diáspora, no seu auge passou a ser descrita como "pequena Palestina".
"Há um ditado que se repete muito no Chile: quesimples bet appcada província há uma praça, uma igreja, um posto policial. Estamos envolvidossimples bet apptodos esses lugares", disse Maurice Khamis, que veio com a famíliasimples bet appBeit Jala para o Chilesimples bet app1952.
Os sobrenomes da comunidade se destacam no campo da justiça, da política, da cultura e dos negócios.
Além das já citadas, o impulso comercial está retratadosimples bet appempresas como Parque Arauco, associada à família Said,simples bet appshopping centers no Chile, Peru e Colômbia; ou o Bancosimples bet appCrédito e Inversiones, fundadosimples bet app1937 por Juan Yarur Lolas e ainda um dos maiores da praça.
Também conta com importantes figuras políticas: líderes partidários, senadores, deputados, prefeitos e vereadores.
Para a representante Vera Baboun, “o mais interessante sobre a comunidade palestina no Chile é que eles estão totalmente integrados como chilenos, mas ao mesmo tempo estão intrinsecamente ligados àsimples bet appmãe terra. E a causa palestina está vivasimples bet appsuas vidas”.
'Turcofobia'
Mas o processo não foi tão fácil.
Embora historiadores e especialistas afirmem que a integração palestina no Chile foi “tremendamente bem-sucedida”, também houve momentos delicados.
Quem chegava do mundo árabe tinha que lidar com uma rejeição por parte dos chilenos que durou muito tempo e dificultousimples bet apppermanência, principalmente nos primeiros anos do fluxo migratório.
Eles eram chamados pejorativamentesimples bet app"turcos", o que prejudicou a comunidade palestina não apenas porque lhes foi atribuída a nacionalidade errada, mas porque eram identificados com seus opressores durante o Império Otomano.
“Na América Latina, assim comosimples bet appgrande parte do mundo, prevaleceu o paradigma civilizacional orientalista e ocorreu o fenômeno conhecido como turcofobia”, explicou Marzuca.
“Ou seja, a rejeição aos imigrantes árabes devido uma classificação racial que os europeus faziam; e que o que veio da Europa era símbolosimples bet appcivilização”.
“Houve uma rejeição por partesimples bet appcertas elites, da alta sociedade chilena, onde os palestinos eram mal vistos. Dizia-se que não contribuiriam para a sociedade, que eram ambiciosos, libertinos”, acrescentou o acadêmico.

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A comunidade palestina no Chile nunca se desconectousimples bet appsuas origens
E embora os palestinos no Chile concordem que a “turcofobia” tenha ficado para trás, a comunidade sentiu mais uma vez alguma discriminação após o ataque do Hamas a Israel e a ofensivasimples bet appIsraelsimples bet appGaza.
É o que diz Diego Khamis.
“Com este episódio começamos a ver característicassimples bet apppalestinafobia,simples bet appdiscriminação com base na origem, que não víamos há muito tempo”.
“Quando se discutiu quem seria o novo Provedor da Criança (que dirige uma instituição pública chilena que protege os direitos das crianças), foi dito que não se poderia votarsimples bet appAnuar Quesille Vera porque ele erasimples bet apporigem palestina.”
“Estamos preocupados porque acreditávamos que a ‘Turcofobia’ estava completamente superada. E ver surtossimples bet appdiscriminação deste tipo tantos anos depois da presença palestina no Chile é inaceitável”, afirma Diego Khamis.
Questionado sobre como a comunidade palestina vê o ataque do Hamas a Israel, Khamis salienta que reconhece “a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) como o único representante legítimo do povo palestino”.
“E o Hamas não faz parte da OLP. Não acreditamos, nem no Chile nem na Palestina, que a violência seja um método válidosimples bet appação política”, afirma.
Nesse sentido, o líder palestino acrescenta que “houve apelos para atacar instituições judaicas no Chile e não perdemos um segundo: condenamos qualquer ataque ou apelo para atacar instituições judaicas”.

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Os palestinos no Chile realizaram vigilias por Gaza
Historiadores concordam que o prolongamento da crise que afeta os palestinos há décadas - à qual se somam os atuais bombardeios israelensessimples bet appGaza - explicasimples bet appparte a profunda ligação que os chilenos-palestinos têm com asimples bet appterrasimples bet apporigem.
E, segundo Ricardo Marzuca, “nunca se desligaramsimples bet appsuas sociedadessimples bet apporigem”.




