Como nossa mente nos faz repetir os erros e o que fazer para evitar isso:roleta 777

Isso acontece porque o nosso cérebro cria uma resposta à ameaçaroleta 777estímulos fisicamente dolorosos com baseroleta 777experiências prévias.

Mas, quando a questão é o pensamento, os padrõesroleta 777comportamento e a tomadaroleta 777decisões, nós repetimos nossos erros com frequência — como ocorre quando chegamos atrasados para os nossos compromissos, deixamos tarefas para a última hora ou julgamos as pessoas com base na primeira impressão.

O motivo pode estar na formaroleta 777que o nosso cérebro processa as informações e cria os modelos que consultamos repetidamente. Esses modelos são, essencialmente, atalhos que nos ajudam a tomar decisões no mundo real.

Mas esses atalhos mentais, chamadosroleta 777heurísticas, também podem nos ajudar a repetir os nossos erros.

No meu livro Sway: Unravelling Unconscious Bias ("Oscilações: desvendando o viés inconsciente",roleta 777tradução livre), comento que os seres humanos não são naturalmente racionais, como nós gostaríamosroleta 777acreditar. A sobrecargaroleta 777informações é confusa e cansativa; por isso, nós filtramos o ruído.

Nós observamos apenas partes do mundo. Temos a tendênciaroleta 777observar o que é repetitivo, haja ou não algum padrão, e costumamos preservar a memória generalizando e recorrendo à tipificação.

Nós também tiramos conclusões a partirroleta 777dados esparsos e usamos atalhos cognitivos para criar uma versão da realidade na qual queremos implicitamente acreditar. Isso cria um fluxo reduzidoroleta 777recebimentoroleta 777informações, o que nos ajuda a ligar os pontos e preencher as lacunas com aquilo que já conhecemos.

E, por fim, o nosso cérebro é preguiçoso. É preciso muito esforço cognitivo para mudar os roteiros e atalhos que já construímos.

Por tudo isso, somos mais propensos a cair sempre nos mesmos padrõesroleta 777ação e comportamento, mesmo quando sabemos que estamos repetindo nossos erros.

Este comportamento é chamadoroleta 777viésroleta 777confirmação — nossa tendênciaroleta 777confirmar aquiloroleta 777que já acreditamos,roleta 777vezroleta 777alterar nossa mentalidade para incorporar novas ideias e informações.

Também fazemos uso com frequência dos instintos — uma espécie automática e subconscienteroleta 777pensamento, baseada no acúmuloroleta 777experiências passadas — para tomar decisões e fazer julgamentosroleta 777situações novas.

Às vezes, nós insistimosroleta 777certos padrõesroleta 777comportamento e repetimos nossos erros devido a um "efeito do ego" que nos induz a manter nossas crenças pré-existentes. Temos a tendênciaroleta 777escolher seletivamente as estruturasroleta 777informação e feedback que nos ajudem a proteger nosso ego.

Um estudo mostrou que, quando as pessoas são relembradas dos sucessos do passado, elas costumam repetir mais esses comportamentos bem-sucedidos. Mas, quando elas estão cientes ou são ativamente relembradas dos seus fracassos, a probabilidaderoleta 777alterar o padrãoroleta 777comportamento que gerou aquela frustração é menor.

Ou seja, as pessoas, na verdade, costumam repetir os mesmos comportamentos.

Isso acontece porque, quando pensamos nos nossos fracassos do passado, provavelmente ficamos tristes. E, nesses momentos, somos mais dispostos a perdoar aquele comportamento que nos é confortável e familiar.

Mesmo quando pensamosroleta 777forma lenta e cuidadosa, o nosso cérebro tem um viés voltado para as informações e modelos que havíamos usado no passado, mesmo que eles tenham resultadoroleta 777erros. Este é o chamado viés da familiaridade.

Mas também é possível aprender com nossos erros. Em outro experimento, por exemplo, macacos e seres humanos precisaram assistir a pontos barulhentos que se moviam sobre uma tela e analisarroleta 777direção finalroleta 777movimento.

Os pesquisadores concluíram que as duas espécies reduziam a velocidade depoisroleta 777um erro. E, quanto maior o erro, maior seria a desaceleração posterior ao erro, o que demonstra que mais informações estavam sendo acumuladas.

Mas a qualidade dessa informação era baixa. Nossos atalhos cognitivos podem nos forçar a descartar qualquer informação nova que possa nos ajudar a evitar a repetição dos erros.

E,roleta 777fato, quando cometemos erros na realizaçãoroleta 777uma determinada tarefa, o "viés da frequência" nos torna propensos a repeti-los, sempre que fizermos a mesma tarefa outra vez.

Resumidamente, o nosso cérebro começa a considerar que os erros que cometemos anteriormente são a forma corretaroleta 777realizar uma tarefa, criando o "caminho do erro" habitual.

Por isso, quanto mais repetirmos as mesmas tarefas, maior será a nossa chanceroleta 777percorrer o caminho que levou ao erro, até que ele fique profundamente enraizado e se torne um conjuntoroleta 777atalhos cognitivos permanentes no nosso cérebro.

Controle cognitivo

O panorama parece desanimador. Mas será que há algo que podemos fazer?

Nós temos uma habilidade mental que pode se sobrepor às heurísticas, conhecida como "controle cognitivo". E há estudos neurocientíficos recentes com camundongos que estão nos dando uma ideia melhorroleta 777que partes do cérebro estão envolvidas nessa habilidade.

Os pesquisadores também identificaram duas regiões do cérebro que abrigam "neurônios monitoradores dos próprios erros" – células cerebrais que monitoram erros. Estas áreas estão no córtex frontal e, aparentemente, são parteroleta 777uma sequênciaroleta 777etapasroleta 777processamento, que inclui desde retomar a concentração até aprender com nossos erros.

Os pesquisadores estão estudando se uma melhor compreensão deste mecanismo pode ajudar a desenvolver melhores tratamentos para pacientes com Alzheimer, já que a preservação do controle cognitivo é fundamental para o bem-estar na idade avançada.

Mas, mesmo se não tivermos a compreensão exata dos processos cerebrais envolvidos no controle cognitivo e na autocorreção, há medidas mais simples que podemos tomar. Uma delas é nos sentirmos mais confortáveis quando cometermos erros.

Talvez imaginemos que esta seja uma atitude erradaroleta 777relação aos fracassos — mas, na verdade, é um caminho mais positivo para o progresso.

Nossa sociedade rejeita as falhas e os erros e, por isso, costumamos sentir vergonha dos nossos erros e tentamos escondê-los.

Quanto mais culpa e vergonha nós sentirmos e quanto mais tentarmos esconder os nossos erros dos outros, maior a nossa probabilidaderoleta 777repeti-los. E, quando não nos sentimos tão desapontados com nós mesmos, maior a chanceroleta 777absorvermos novas informações que podem nos ajudar a corrigir os nossos erros.

Também pode ser uma boa ideia fazer um intervalo na realizaçãoroleta 777uma tarefa que queremos aprender a fazer melhor.

Reconhecer as nossas falhas e fazer uma pausa para analisá-las pode nos ajudar a reduzir o viésroleta 777frequência, nos tornando menos propensos a repetir nossos erros e a reforçar os caminhos que nos levam a eles.

* Pragya Agarwal é professoraroleta 777desigualdade e justiça social da Universidaderoleta 777Loughborough, no Reino Unido.

Este artigo foi publicado originalmente no siteroleta 777notícias acadêmicas The Conversation e republicado sob licença Creative Commons. Leia aqui a versão originalroleta 777inglês.