O homem que vivegol bet 2casa no meiogol bet 2condomíniogol bet 2luxo porque se recusou a vendê-la:gol bet 2

Crédito, BBC/CONDADO MIAMI-DADE
A casa ficou no meiogol bet 2um empreendimentogol bet 2Coral Gables, na Flórida
Hoje, Capote não tem mais nenhum vizinho conhecido. Ele agora vive cercado pelos luxuosos edifícios do The Plaza, um empreendimento imobiliário avaliadogol bet 2US$ 600 milhões (cercagol bet 2R$ 3 bilhões), que inclui um hotelgol bet 2242 quartos, restaurantes e lojas exclusivas, alémgol bet 2escritórios e apartamentos residenciaisgol bet 2alto padrão.
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Fim do Matérias recomendadas
A propriedade do homem fica ao ladogol bet 2prédiosgol bet 2até 10 andares que bloquearam a luz do sol e a brisa. Até a vista da frentegol bet 2sua casa é obstruída por alguns grandes canteiros do empreendimento imobiliário que Capote chamagol bet 2"os caixões".
"Somos imigrantes. Meus pais deixaram tudogol bet 2Cuba para me trazer para cá. E trabalharam muito. E aqui tiraram o sonho americano e deram para o incorporador", lamenta o engenheirogol bet 264 anos.
E é que, para ele, o governogol bet 2Coral Gables deu todas as facilidades a uma imobiliáriagol bet 2detrimentogol bet 2seus direitos egol bet 2seu acesso aos serviços públicos que todo morador da cidade tem.
Depoisgol bet 2quase duas décadasgol bet 2brigas e pressões, ele diz que está mais determinado do que nunca a não sair.

Capote busca manter a casa que seus pais compraram, apesar das pressões
A casa solitária
Quem moragol bet 2Coral Gables viu nos últimos 20 anos a rápida construçãogol bet 2torres residenciais e comerciais na área financeira chamadagol bet 2"City Beautiful".
Os blocosgol bet 2concreto cuidadosamente ajardinados contrastam com as ruas densamente arborizadas, ladeadas por casas térreas, nos arredores do setor comercial.
Orlando e Lucía Capote, com o filho Orlando, se instalaramgol bet 2uma dessas áreas residenciaisgol bet 21989. Até o início dos anos 2000, eles estavam cercadosgol bet 2vizinhos, que aos poucos começaram a ir embora.

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Coral Gables é uma das cidades mais bem planejadas do sudoeste da Flórida
Primeiro, veio um conhecido investidorgol bet 2Coral Gables, o cubano-americano Rafael "Ralph" Sánchez. Como outras incorporadoras, na época ele aproveitava o boom imobiliáriogol bet 2Miami para construir condomínios e projetos comerciais.
Em 2004, começaram as comprasgol bet 2terrenos no quarteirão onde moravam os Capotes.
Conforme consta nos registros públicos do condado, as demolições começaram um ano depois e,gol bet 22007, havia apenas um edifício para ser demolido no quarteirão, um antigo prédio da cidade listado por seu valor histórico e a casa da famíliagol bet 2imigrantes cubanos.
Naquele ano, Sánchez apresentou seu projeto que incluía 42 vilasgol bet 2edifíciosgol bet 2três andares, ao preçogol bet 2US$ 1,9 milhão (cercagol bet 2R$ R$ 9,4 milhões) cada, e com o estilo mediterrâneo que o fundadorgol bet 2Coral Gables, George Merrick, deu a toda a cidade.
"Merrick acreditava que todos mereciam vivergol bet 2um belo ambiente que se encaixasse no ambiente natural", disse Sánchez ao South Florida Business Journalgol bet 22008.
"Seus planos para criar esse ambientegol bet 2Coral Gables incluíam paisagismo exuberante, entradas e praças artísticas e antigas ruasgol bet 2paralelepípedos espanholas, planos que revivemos."
Mas a família Capote recusou qualquer ofertagol bet 2compra, pois tinha suas razões.

Crédito, Condadogol bet 2Miami-Dade
Casagol bet 2Orlando Capotegol bet 22005

Crédito, Condadogol bet 2Miami-Dade
Casagol bet 2Orlando Capotegol bet 22015
A proposta
Capote, como engenheiro profissional, orgulha-segol bet 2não ser ingênuogol bet 2relação ao mercado imobiliáriogol bet 2Miami. Na verdade, ele diz que seu lema é "prefiro fazer um acordo com o diabo do que com um incorporador imobiliário, porque o diabo vai honrar seu contrato e sobre o incorporador nunca se sabe”.
Ele diz que não ficou impressionado com as aquisições e vendasgol bet 2seu entorno.
"Em 2004, metade das pessoas que moravam aqui alugavam. Os proprietários eram investidores. Quando viram a bolhagol bet 22006, era a chancegol bet 2vender."
"A outra metade tinha seus motivos", como heranças ou uma oportunidadegol bet 2fazer uma venda. "Era do interesse deles fazer isso", reconhece Capote.
Mas naquela épocagol bet 2situação familiar era delicada. Seu pai, ele explica, estava doente e frequentemente precisava ser internado no hospital. A família entrava e saíagol bet 2clínicas.
"Numa dessas noites, um corretorgol bet 2imóveis bateu na nossa porta e quis comprar a casa. Minha mãe explicou que o seu marido estava no hospital, mas parecia que nada importava para ele. Essa experiência é parte do motivo pelo qual não acreditogol bet 2ninguém", lembra.
A imobiliária da época fez uma ofertagol bet 2maisgol bet 2US$ 900.000 (cercagol bet 2R$ 4,4 milhões) pela propriedade, mas foi rejeitadagol bet 2imediato.

Crédito, GOOGLE MAPS
A casagol bet 2Capotegol bet 2fevereirogol bet 22014 era a única do quarteirão que ainda estavagol bet 2pé
"Na época, com meu pai e a situação dele no hospital, e eu ouvindo e perguntando quanto valiam as casas, não tinha como fazer isso. Cuidar do meu pai, procurar casa, mudar... Afinal, demoramos 20 anos para encontrar aquela casa", lembra.
As demolições na área ao redor continuaram a preparar o terreno para o grande complexo que agora existe no local. Mas estourou a crise financeiragol bet 22008, causada justamente por uma bolha imobiliária nos Estados Unidos.
Se tivessem vendido a casa, diz Capote, citando um velho ditado cubano, "ficaríamos como o galogol bet 2Morón: sem penas e sem cacarejar".
'Não vou assinar nada'
O paigol bet 2Orlando Capote morreu antesgol bet 2ver a demolição das casas ao seu redor.
Por cercagol bet 210 anos, a casa solitária ficou no meiogol bet 2um terrenogol bet 22,8 hectares onde não acontecia muita coisa.
O projeto Sánchez foi retomado, com modificações, pela incorporadora Agave Holdings, empresagol bet 2capitalgol bet 2risco que adquiriu o terreno do quarteirão e outro adjacentegol bet 2quase um hectare.
"Em 2013 foi quando três mulheres chegaramgol bet 2casa e queriam que eu assinasse que íamos vender para elas. Eu disse que não. Eu era mais jovem, tinha mais testosterona, mais adrenalina e explodi. Mas minha mãe disse 'Não, não feche as portas, fale com elas'", lembra Capote.
"Eu disse a elas 'não vou assinar isso ou qualquer outra coisas que vocês trouxerem'."
Algum tempo depois, propuseram a ele uma ofertagol bet 2troca que incluía outra casa próxima e um veículo.
Capote desconfiou que tudo isso fosse um plano para os esforçosgol bet 2mudançagol bet 2uso do solo e modificação das ruas e do ambiente para o novo projeto. Mas ter um morador com uma casa criou problemas para essas mudanças.

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Capote enxergou ofertagol bet 2incorporadora como 'armadilha'
"A proposta era legalmente insuficiente. Entreguei a vários advogados que disseram que isso não era legalmente obrigatório. E não era tanto uma oferta, mas uma armadilha para que a prefeitura visse que estávamos negociando", diz o engenheiro.
Em 2019, enquanto Capote lutava perante os comitês governantesgol bet 2Coral Gables para defender as calçadasgol bet 2sua rua, uma construção intensa eclodiu no The Plaza Coral Gables egol bet 2outros empreendimentos da Agave Holdings que se encheramgol bet 2maquinário pesado, barulho e poeira.
Infelizmente para o morador, naquele momento ocorreu uma desgraça que ele tentou evitar.

Com um investimento estimadogol bet 2US$ 600 milhões, o The Plaza Coral Gables é um dos empreendimentos com maior investimento privadogol bet 2Miami
'Não podia voltar'
"18gol bet 2novembrogol bet 22019: minha mãe caiu na cozinha", lembra Capote, lutando contra as lágrimas.
"Não consegui levantá-la. Foi quando chamei o resgate e eles vieram por trás da casa. Naturalmente não poderiam levá-la por trás, tinham que vir pela frente. Por que não puderam vir pela frente? Porque havia uma grande equipegol bet 2construção à frente das portas que deviam dar acesso à casa”, continua.
"Não puderam. Eles tiveram que estacionar a maisgol bet 2200 pés da casa [60 metros], tiveram que colocar a minha mãegol bet 2uma maca e carregá-la até a esquina."
Lucía Capote foi internadagol bet 2um hospital e posteriormente transferida para a reabilitação. Ela nunca voltou para casa. "Ela não podia voltar", diz o filho, arrependidogol bet 2ter passado por tal experiência.
Ele denuncia que seu direitogol bet 2acesso aos serviçosgol bet 2emergência foi violado porquegol bet 2rua foi bloqueada. Também que houve modificações indevidas no beco traseirogol bet 2serviço que impediram o resgategol bet 2sua mãe. Ele alerta que os regulamentosgol bet 2incêndio foram violados.
Seus argumentos nas audiências públicas do governogol bet 2Coral Gables, nas quais a incorporadora também participou, foram rejeitados sem justificativa, diz ele.

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Capote teve que suportar quase três anosgol bet 2construção pesadagol bet 2tornogol bet 2sua casa
Quando questionado pela BBC News Mundo sobre o caso, o governo da cidade disse que "as questões levantadas foram amplamente revisadas e investigadas" e que o desenvolvedor obteve as licenças necessárias do Condadogol bet 2Miami-Dade.
"Pela ironia da vida", lembra ele,gol bet 2seu escritório foi designado um projeto para abrir uma viagol bet 2acesso para os bombeiros às instalaçõesgol bet 2uma estação da Miami Metrorail University.
"Quando fui ao hospital, para a unidadegol bet 2terapia intensiva onde minha mãe estava, na entrada, ao meu lado, estava o chefe do Corpogol bet 2Bombeirosgol bet 2Coral Gables. O mesmo a quem enviei tantas cartas por causa do fechamento da rua antesgol bet 2minha mãe cair", lembra ela.
"Eu disse 'Olhe, adivinhe quem fez a papelada para você chegar à entradagol bet 2incêndio. Adivinhe quem fez isso?' Não acho que o corpogol bet 2bombeirosgol bet 2Coral Gables seja o responsável. Mas essa foi uma das ironias e coincidências da vida."

O distrito comercialgol bet 2Coral Gables (centro), com seus prédiosgol bet 2vários andares, contrasta com seus bairros residenciais arborizados
'Me deixem na minha casa'
Essas adversidades fortaleceram a determinaçãogol bet 2Capotegol bet 2defender agol bet 2casa.
"Me perguntam se me tornei cínico. Eles não têm ideiagol bet 2como me tornei cínico. Mas,gol bet 2certa forma, nunca perdi a fé. Afinal, este é um paísgol bet 2leis. E você tem que segui-las. Se não você destrói a cidade, o condado, o país...", diz.
Os incômodos da construção acabaram. Mas outras complicações permaneceram, como os desvios que precisa fazer para entrar no beco permitido pela promoção imobiliária para dar acesso à parte traseiragol bet 2sua casa.
Hoje o sol só entra nagol bet 2residência ao meio-dia, enquanto no resto do dia há apenas as sombras dos grandes prédios que a cercam.
A mangueira do seu jardim parougol bet 2dar frutos neste ano. Além disso, ele também teve problemas para coletar seu lixo, um direitogol bet 2todo moradorgol bet 2Coral Gables.
E a centímetros do limitegol bet 2sua propriedade, está prestes a abrir um bar que, segundo a lei, pode ficar aberto até as 2h.

Crédito, CONDADO MIAMI-DADE
Orlando Capote diz que, desde que pague seus impostos, ninguém pode expulsá-logol bet 2casa
"Se o governo tira algogol bet 2você, tem que fazer através do devido processo e com uma indenização justa. As auditorias não seguiram o procedimento correto. Tiraram nosso direitogol bet 2um processo que não foi legal. Nossos direitos à luz, ao ar , à visibilidade, foram tiradosgol bet 2nós”, diz.
Apesargol bet 2tudo, Capote diz que ficará emgol bet 2casa, pois enquanto continuar pagando seus impostos e cumprindo as leisgol bet 2Coral Gables, a propriedade continuará sendogol bet 2e ninguém poderá tirá-la dele. Sua residência, assegura, nunca estará à venda.
"Me deixem na minha casa, com as minhas lembranças e com a mangueira que não dá mais manga."