'Esquerda da América Latina não sabe o que fazer com esta criatura indecifrável que é o chavismo':campeões da libertadores

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O cientista político argentino José Natanson, autorcampeões da libertadoresVenezuela. Ensayo sobre la descomposición, analisa como o "fracasso da Venezuela" nestes últimos anos impacta a esquerda da América Latina.
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"Existe uma esquerda nostálgica que acredita que a Venezuela segue o projetocampeões da libertadoresHugo Chávez e que age como se isto fosse acertado", disse o diretor da revista Le Monde Diplomatique,campeões da libertadorestendênciacampeões da libertadoresesquerda, nacampeões da libertadoresedição intitulada Cone Sul, que analisa o chavismo nos últimos dez anos.
Apesarcampeões da libertadorespaíses como Brasil, México e Colômbia declararem que esperam que os resultados sejam analisados por uma "auditoria independente", a chancelaria venezuelana divulgou um comunicado na segunda-feira (29/07) classificando como "declarações e açõescampeões da libertadoresingerência" as posiçõescampeões da libertadoresArgentina, Chile, Costa Rica, Perú, Panamá, República Dominicana e Uruguai e exigiu a "retirada imediata"campeões da libertadoresseus diplomatas do país.
Também ordenou a volta imediata dos representantes diplomáticos venezuelanos baseados naqueles sete países latino-americanos.
De Buenos Aires, José Natanson conversou sobre a Venezuela com a BBC News Mundo, o serviçocampeões da libertadoresespanhol da BBC.

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Uma toneladacampeões da libertadorescocaína, três brasileiros inocentes e a busca por um suspeito inglês
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campeões da libertadores BBC News Mundo - Qual a leitura que você faz do anúncio feito pelo CNE sobre os resultados na Venezuela?
campeões da libertadores José Natanson - Até agora, temos a declaração do chefe do CNE que disse que Maduro ganhou as eleições. Para que essa declaração se convertacampeões da libertadoresum resultado verificável faltam os dadoscampeões da libertadorescada mesa e por centrocampeões da libertadoresvotação.
Para que uma eleição seja democrática, não basta que os resultados sejam públicos, eles têm que ser verificáveis.
Até este momento estes dados não são auditáveis. Os resultados não são verificáveis porque não se tem acesso aos dados desagregados que é o que permite aos fiscaiscampeões da libertadoresmesa da oposição verificarem se os dados da mesa X, da seção X daquela escola são compatíveis com os resultados divulgados pelo CNE.
Por isso, as suspeitascampeões da libertadoresfraude ganham fundamento. Eu não posso afirmar que houve fraude nem se os resultados divulgados estão corretos, não se pode afirmar nenhuma das duas opções até que tenhamos os dados.
A desconfiança sobre a correção do sistema eleitoral não nasceu no processocampeões da libertadoresvotaçãocampeões da libertadoressi mas sim no que aconteceu antes e depois das eleições.
campeões da libertadores BBC - Entretanto, desta vez as principais suspeitas da oposição se concentram na recontagem. O que aconteceu?
campeões da libertadores Natanson - Até agora, o chavismo já havia cometido diversas irregularidades, desde as mais banais até as mais graves, mas nunca houve uma eleição nacional roubada na votação, por assim dizer.
O regime já tinha impedido candidatoscampeões da libertadoresconcorrer, já houve proibiçãocampeões da libertadoresque eles viajassemcampeões da libertadoresavião, houve prisões políticas e chegaram até a fechar um hotelcampeões da libertadoresque se hospedavam candidatos da oposição.
Mas, desta vez, se forem comprovadas as suspeitascampeões da libertadoresfraude - que não são suspeitas minhas, são suspeitas manifestadas por alguns líderes -, o chavismo com certeza ultrapassou uma linha que não tinha cruzado anteriormente.
Entretanto essa comprovação ainda não foi feita, por isso temos que ter cautela.

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campeões da libertadores BBC - No seu livro, você define o governocampeões da libertadoresNicolás Maduro como um "autoritarismo caótico". Você pode explicar melhor essa definição?
campeões da libertadores Natanson - O processocampeões da libertadoresguinada autoritária na Venezuela não foi um processo que se desencadeou a partircampeões da libertadoresuma rota revolucionária, nem nacionalista, nemcampeões da libertadoresnenhum outro tipo. Não é como o processo soviético ou o chinês.
Na Venezuela, isso se deu atravéscampeões da libertadoresuma sériecampeões da libertadoresdecisões táticas que acabaram por levar o país a um autoritarismo caótico.
Pelo menos até agora, a Venezuela não era e não é uma ditadura num sentido clássico.
Na Venezuela, a oposição não está totalmente obliterada comocampeões da libertadoresCuba. Existem três governadorescampeões da libertadoresoposição e maiscampeões da libertadorescem prefeitos opositores que governam, mesmo que com muita dificuldade.
A Venezuela não tem um sistemacampeões da libertadorespartido único institucionalizado como o sistema soviético, o chinês ou o sistema cubano. Mas o país também não é uma democracia liberal pluralista e republicana por tudo o que sabemos.
Por isso, eu acredito que o país vive transitando entre esses momentos intermediários,campeões da libertadoresque por vezes se abre,campeões da libertadoresoutros se fecha completamente,campeões da libertadoresoutros é mais autoritário ecampeões da libertadoresoutros menos.

Crédito, PRESIDÊNCIA DO BRASIL
campeões da libertadores BBC - Você vê a Venezuela migrando para um sistemacampeões da libertadoresum só partido, comocampeões da libertadoresCuba?
campeões da libertadores Natanson - Não acredito, porque a sociedade venezuelana vivenciou por décadas a democracia plena e próspera e portanto não toleraria um sistemacampeões da libertadorespartido único como ocampeões da libertadoresCuba.
E, além disso, a Venezuela precisa continuar passando a imagen - pelo menos na aparência -campeões da libertadoresque é uma democracia republicana, porque só assim consegue manter algumas alianças internacionais importantes.
Me parece que por essa razão foi criado este sistema híbrido, tão opaco e tão pouco explícito.
Os principais aliadoscampeões da libertadoresMaduro como a Rússia, China, Cuba e Nicarágua não exigem que seja uma democracia republicana, porque eles mesmos não são, mas isso pode ser feito por outros países da América Latina e por setores empresariais.
campeões da libertadores BBC - Diante desse cenáriocampeões da libertadoresincertezas, você vê um riscocampeões da libertadoresfratura interna?
campeões da libertadores Natanson - As Forças Armadas estão tão entranhadas no governo que é muito difícil acreditar na possibilidadecampeões da libertadoresuma ruptura vertical dos militares.
Pode haver dissidências -campeões da libertadoresfato existem maiscampeões da libertadorescem militares detidos por tentarem se rebelar -, mas não há sinaiscampeões da libertadoresuma rupturacampeões da libertadoreslarga escala no interior do governo, porque na verdade todos estão implicados.
campeões da libertadores BBC - campeões da libertadores E como você vê as reações da esquerda na América Latina?
campeões da libertadores Natanson - A esquerda na região está dividida, não sabe o que fazer com esta criatura indecifrável que é o chavismo.
Existe uma esquerda nostálgica que acredita que a Venezuela dá continuidade à etapacampeões da libertadoresHugo Chávez e que age como isso fosse acertado.
Essa é uma esquerda mais emocional, que poderia ser descrita como irreflexiva, mas não pretendo desqualificá-la. Posso entender que figuras como Evo Morales se sintam agradecidos pelo chavismo.
Também existe o casocampeões da libertadoresCuba e da Nicarágua, que são países com regimes autoritários, que possivelmente saibam o que aconteceu com as eleições, mas não se importam com o caráter democrático e que precisam da Venezuela.
De outro lado, estão os novos líderes da esquerda latinoamericana, como Gabriel Boric e Gustavo Petro, que percebem que o que acontece na Venezuela é diferente dos primeiros anoscampeões da libertadoresgoverno Hugo Chávez.
E eu acredito que Lula, Pepe Mujica e Andrés Manuel López Obrador acabaram por entender isso depoiscampeões da libertadoresalgumas idas e vindas.

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campeões da libertadores BBC - Como você analisa as declarações dadas pelo presidente do Chile?
campeões da libertadores Natanson - Boric é um dos novos líderes da esquerda latinoamericana. Foi ele quem, antescampeões da libertadorestudo isso, já dizia que se houver violaçãocampeões da libertadoresdireitos humanos no Afganistão, na Arábia Saudita ou na Venezuela, todas são violaçõescampeões da libertadoresdireitos humanos e ponto final.
Não é por acaso que foi [a ex-presidente do Chile] Michelle Bachelet a autora do primeiro relatório que documenta a violaçãocampeões da libertadoresdireitos humanos na Venezuela.
Também é interessante ver o silêncio estrondosocampeões da libertadoresLula e a cautela da abordagemcampeões da libertadoresLópez Obrador.
(Nota da redação: Nesta terça-feira (30/7), Lula se posicionou pela primeira vez sobre o resultado da eleição venezuelana,campeões da libertadoresentrevista à TV Centro América. Ele cobrou a divulgação das atas eleitorais: "É normal que tenha uma briga. Como resolve essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com um recurso e vai esperar na Justiça o processo. E vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar.")
O Brasil enviou Celso Amorim a Caracas, depois do ex-chanceler se reunir nos Estados Unidos com Jake Sullivan (responsável pela Segurança Nacional no governo Joe Biden) e depois que Maduro criticou Lula por ter criticado as ameaças do presidente da Venezuelacampeões da libertadoresque haveria um "banhocampeões da libertadoressangue no país", caso fosse derrotado nas eleições.
campeões da libertadores BBC - Como você vê o papel do Brasil?
campeões da libertadores Natanson - Lula sempre foi muito pragmático. Me parece que seu papel no processo eleitoral da Venezuela continua sendo construtivo.
Lula é importante para a Venezuela porque, alémcampeões da libertadoresser presidente do Brasil, ninguém da esquerda vai acusar Lulacampeões da libertadoresnão sercampeões da libertadoresesquerda.
Lula vai fazer todo o possível para que o processo venezuelano se desenvolvacampeões da libertadorespaz e que se conheçam os resultados.
campeões da libertadores BBC - A comunidade internacional tem capacidadecampeões da libertadoresintervir?
campeões da libertadores Natanson - Atualmente, a capacidade do Brasil e dos EUAcampeões da libertadoresinterferir na situação interna da Venezuela é muito limitada.
Se eles não conseguiram intervircampeões da libertadores2017, nem através das sanções impostas pelo governo Trump, com o Grupocampeões da libertadoresLima, ou com o isolamento internacional quase que total a que a Venezuela vem sendo submetida, atualmente, depois que a Venezuela recuperoucampeões da libertadorespartecampeões da libertadorescapacidadecampeões da libertadoresprodução petrolífera, que o país se armou e atualizou seu sistemacampeões da libertadoresalianças com a China, Rússia, Turquia, Irã e Cuba, não acredito que haja algo significativo.
Não estou dizendo que não vá haver pressão e que isso não vai levar a nada, mas não acredito que a pressão internacional possa alterar o processo venezuelano se não houver vontadecampeões da libertadoresNicolás Madurocampeões da libertadoresfazer algo diferente do que está fazendo agora.

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campeões da libertadores BBC - Com a vitóriacampeões da libertadoresMaduro declarada pelo CNE e rechaçada pela oposição, que cenários existem no curto prazo, nacampeões da libertadoresopinião?
campeões da libertadores Natanson - Primeiro temos que esperar até que o Conselho Nacional Eleitoral divulgue os resultados desagregados e depois temos que esperar que a oposição tenha acesso às atas para demostrar que os resultados desagregados não são aqueles que aparecem nas atas.
Essas duas coisas têm que ocorrer.
Se isso não acontecer, teremos um típico processo que tem ocorrido na Venezuela, que é uma situaçãocampeões da libertadoresque não se sabe o que aconteceu nem o que está acontecendo. É típico do chavismo, jogar com a ambiguidade.
Desde que Maduro assumiu o podercampeões da libertadores2013, esse recurso da ambiguidade virou uma estratégia para se ganhar tempo. O que não fica claro é para que se faz isso. É tão somente para se manter no poder?
Eu acho que essa resistênciacampeões da libertadoresnão divulgar os resultados é parte dessa estratégia. Se eles realmente distorceram os resultados, agora ficam à espera, conversam com Lula, provavelmente vão negociar com os Estados Unidos e ficamcampeões da libertadoresolho nas reações internas.
O objetivo é tão simplesmente se manter no poder, porque, para Maduro, o custo da saída é muito alto por mais que tenha o controle da Assembleia, controle do Tribunal Superiorcampeões da libertadoresJustiça, e o controle das Forças Armadas...é altíssimo.
Para mim, sempre mantive essa ideiacampeões da libertadoresque as coisas agora iriam ser diferentes. Como acreditar que finalmente Maduro perderia as eleições, aceitaria a derrota e deixaria o podercampeões da libertadoresmaneira pacífica.
Temos que aguardar os resultados.