Ondablaze expert logincalor: Brasil pode sofrer com verão extremo como o Hemisfério Norte?:blaze expert login

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Essas áreasblaze expert loginalta pressão contribuem para o tempo seco e estável, que pode elevar as temperaturas e, consequentemente, a ondasblaze expert logincalor.

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"Esse fenômeno também impede a formaçãoblaze expert loginnuvens, fazendo com que os raios solares cheguem muito fortes. O calor faz com que o solo perca a umidade rapidamente, deixando todo o ambiente seco e quente", explica o climatologista Carlos Nobre, ex-presidente do Painel Brasileiroblaze expert loginMudanças Climáticas e doutorblaze expert loginmeteorologia pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.

Nobre aponta que este é um processo natural do verão no Hemisfério Norte — mas as mudanças climáticas têm feito com que essas ondasblaze expert logincalor se tornem mais frequentes e fortes.

André Turbay, mestre e doutorblaze expert loginGestão Urbana, professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e coordenador do ClimateLabs — programa da União Europeia para mitigação da crise climática, explica que o fenômeno vai além da Europa.

"Também tivemos issoblaze expert loginoutras áreas do Hemisfério Norte. Foi registrado um picoblaze expert login52,2ºC na China [no municípioblaze expert loginSanbao,blaze expert loginXinjiang] eblaze expert login51ºC nos Estados Unidos [em Corpus Christ, Texas]", diz Turbay.

E no Brasil? Devemos nos preparar para um verão mais quente do que o normal e um calor tão intenso quanto o visto agorablaze expert loginoutras partes do mundo?

Retratoblaze expert loginhomem negro carregando uma panela no Quilombo Itamatatiua, Maranhão,blaze expert login2015

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Brasil não está 'a salvo'blaze expert loginondasblaze expert logincalor, mas impacto pode ser diferente

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Os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil explicam que, apesarblaze expert logino país não ter as mesmas características geográficas do Hemisfério Norte, não está a salvoblaze expert loginondasblaze expert logincalor cada vez mais fortes e recordesblaze expert logintemperatura.

No entanto, Nobre explica que esse tipoblaze expert loginfenômeno pode ter um impacto um pouco diferente aqui do que nas regiões mais ao norte do planeta justamente porque o calor é mais comum.

"Uma diferença importante é que, pelas características tropicais do país, as populações estão um pouco mais acostumadas com temperaturas altas — principalmente os moradoresblaze expert loginregiões semiáridas no Nordeste", aponta o climatologista.

"As ondasblaze expert logincalor são sentidasblaze expert loginforma diferente do que na Europa."

No Brasil, onde o clima favorece as temperaturas mais altas, as mudanças climáticas, que impactam o mundo todo e a degradaçãoblaze expert logindiferentes biomas podem levar a verões cada vez mais quentes, diz Turbay.

"A gente observa pelos dadosblaze expert loginséries históricas que temos o aumento da temperatura no território brasileiro também, principalmenteblaze expert logináreas que já são reconhecidas comoblaze expert logincalor intenso, como o Centro-Oeste", afirma o professor da PUCPR.

O recordeblaze expert logincalor registrado no Brasil foi justamente na região citada por Turbay.

Em novembroblaze expert login2020, os termômetros chegaram a 44,8ºCblaze expert loginNova Maringá, no centro-norteblaze expert loginMato Grosso, segundo dados do Instituto Nacionalblaze expert loginMeteorologia.

O mesmo ano teve outras cidades com recordesblaze expert logintemperaturas:blaze expert login30blaze expert loginsetembro, Cuiabá (MT) alcançou 44ºC, e,blaze expert login1ºblaze expert loginoutubro, Água Clara (MS) chegou a 44,4ºC.

"Coberturas verdes dando lugar a grandes áreas voltadas para a agricultura, a redução das áreas florestais na Amazônia e o ambiente do Cerrado, que já tem característicasblaze expert loginseca… Tudo isso contribui para a tendência da potencializaçãoblaze expert logineventos climáticos extremos", avalia Turbay.

Verão brasileiro pode ter 'graus a mais'

De abril a setembro, o Centro-Oeste, Sudeste e parte do Norte e Nordeste brasileiro experimentam uma temporada com pouca chuva.

É durante o fim dessa estação seca que historicamente ocorrem os períodosblaze expert loginmaior aquecimento nessas regiões.

No sul do Brasil, por outro lado, os picosblaze expert logincalor acontecem durante o verão, quando a chuva é mais irregular e os dias, mais longos.

Mas,blaze expert login2023, o país será afetado pelo fenômeno climático El Niño, que contribui para uma primavera e verão com temperaturasblaze expert logintorno ou acima da média, favorecendo períodos prolongadosblaze expert logincalor mais intenso.

“Em geral, durante o segundo semestre, ou seja, no final da primavera e verão, é esperado que a temperatura fique acima da médiablaze expert logingrande parte do centro-sul do Brasil”, aponta Estael Sias, meteorologista do Metsul.

"No entanto, no Sul, o El Niño pode trazer mais diasblaze expert loginchuva, o que tende a reduzir os períodosblaze expert logincalor mais persistentes para esta região — mas não exclui essa possibilidade, especialmente considerando o aquecimento global dos oceanos, que pode também contribuir para esses eventos extremos."

A especialista aponta que os eventos extremos, como os observados na Europa, no entanto, têm o potencialblaze expert loginocorrerblaze expert loginmomentos diferentes do ano, sendo mais prováveis no Centro-Oeste entre setembro e novembro, e no Sul do Brasil durante o períodoblaze expert loginverão climático, que abrange dezembro a fevereiro.

“Ainda é cedo para estipular temperaturas, mas modelos europeus preveem que podemos ter 2 ou 3 graus acima da média.”

Temperaturasblaze expert loginalta

As temperaturas do planeta vêm se elevando nas últimas décadas.

Especialistas apontam que esse fenômeno, conhecido como aquecimento global, é causado pelo acúmulo crescenteblaze expert logindióxidoblaze expert logincarbono e outros gases causadores do efeito estufa na atmosfera, graças à queimablaze expert logincombustíveis fósseis e ao desmatamento.

Quanto maior a quantidadeblaze expert logindióxidoblaze expert logincarbono e outros gases na atmosfera, pior o impacto para a vida na Terra.

Esses gases são responsáveis por absorver a radiação solar refletida pela superfície do planeta, o que faz com que o calor fique retido na atmosfera.

Assim, o mundo fica cada vez mais quente, acelerando mudanças climáticas e aumentando o riscoblaze expert logineventos climáticos extremos, como as ondasblaze expert logincalor intensas vistas agora no Hemisfério Norte, alémblaze expert loginincêndios naturais, monções e enchentes.

Com as temperaturas aumentandoblaze expert logintoda a Terra, há, segundo os especialistas, duas palavrasblaze expert loginordem: mitigação e adaptação.

A mitigação envolve medidas a longo prazo para proteger o planeta.

Na última edição da Conferência das Partes, encontro da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP26, quase 200 países assinaram o compromissoblaze expert logintentar garantir o cumprimento da metablaze expert loginlimitar o aquecimento global a 1,5°C.

O objetivo do acordo é reduzir as emissões muito rapidamente, diminuindo-asblaze expert login50% até 2030, e alcançar emissões líquidas zeradas dos gasesblaze expert loginefeito estufa antes da metade do século, seguido pela remoção significativablaze expert logindióxidoblaze expert logincarbono da atmosfera na segunda metade do século.

"No entanto, não estamos caminhando nessa direção, pois as emissõesblaze expert login2022 foram as mais altas registradas desde o final do século 18, com a evolução industrial, principalmente crescendo muito nos últimos 50 a 60 anosblaze expert logintodo o mundo", avalia Nobre.

"Portanto, a situação do clima é extremamente arriscada, mesmo que tenhamos sucesso total no acordoblaze expert loginParis [acordo prévio que foi aperfeiçoado na COP26]", avalia Nobre.

Já a adaptação, aponta Turbay, busca proteger a população mais vulnerável aos eventos climáticos extremos.

"É o cenário que temos na América Latina, com uma população maior [em relação à Europa]blaze expert loginsituaçãoblaze expert loginvulnerabilidade", diz o professor.

"Temos populações sofrendo por conta da seca,blaze expert logindeslizamentosblaze expert loginterra, chuvas… Além das próprias ondasblaze expert logincalor que devem se potencializar nos próximos verões. Por isso eu digo que é impossível dissociar o lado social do ambiental."

Para que o país possa se proteger para os riscos dos eventos meteorológicos extremos, na avaliação do professor, além das mudanças globais, o Brasil requer uma política nacional forte e unificada.

"A partir disso é que geramos políticas públicas mais locais com eficiência, para Estados e municípios."